Embrapa e USP enviam legumes ao espaço
Essa é a primeira missão oficial da qual o Brasil participa.
Pesquisa busca entender o comportamento das plantas após a exposição ao ambiente espacial, com foco na viabilidade de cultivo em missões de longa duração. (Foto:Canva)
A Embrapa enviou batata-doce e grão-de-bico ao espaço, com o objetivo de acelerar o melhoramento genético e trazer inovações para a agricultura, essa é a primeira missão oficial da qual o Brasil participa. A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) participou dessa iniciativa científica. O professor Paulo Hercílio Rodrigues da Esalq colaborou com o projeto e conta:
“As plantas, quando vão para essa condição de microgravidade, entram em estresse, e essa condição de estresse pode ativar alguns genes, e quando esse material voltar para a Terra a gente vai plantar e vai avaliar o que realmente aconteceu”.
Rodrigues conta que os testes que realizam em Piracicaba utilizam equipamentos especiais e CubeSats, que mostram que as plantas sofrem estresse significativo nessas condições, comprometendo sua produção. O objetivo é simular esses ambientes na Terra para desenvolver técnicas que permitam a agricultura em futuras estações espaciais, bases lunares ou mesmo em outros planetas. Além de viabilizar a produção de alimentos no espaço, as pesquisas podem contribuir para melhorar práticas agrícolas na Terra.
Batata-doce e grão-de-bico
A batata doce e o grão-de-bico foram cedidos pelo Departamento de Agricultura à Embrapa. Após retornarem da viagem espacial, serão plantados e submetidos a testes. Dois métodos de cultivo estão sendo testados: microestacas conservadas in vitro em tubos de ensaio e sementes convencionais. A pesquisa busca entender o comportamento das plantas após a exposição ao ambiente espacial, com foco na viabilidade de cultivo em missões de longa duração. A utilização de microestacas surge como alternativa ao transporte de batatas inteiras, que apresentam limitações logísticas devido ao peso.
O pesquisador explica: “O custo é muito alto, então tudo isso é muito calculado. Sobrou um espacinho, vamos aproveitar para enviar um experimento. Tem vários tipos de experimentos que são associados a essas viagens espaciais, tanto particulares como de órgãos de fomento. Hoje temos esse campo enorme para trabalhar no espaço e trazer benefícios para nós, na Terra”. Rodrigues explica que o próximo desafio é entender o comportamento das plantas na microgravidade.