Bitcoin 'escorrega' em novembro e segue com oportunidades para acumular 'satoshis', segundo índice

Criptomoedas registram desvalorização, segundo o Índice Bitypreço, com pânico generalizado causado pela notícia de insolvência da FTX entre os investidores.

 

Após um outubro confortável, o mercado de crioptomoedas encerrou o mês de novembro em desvalorização, em um movimento que poderia ser melhor descrito como um “escorregador”. Segundo o Índice Bitypreço, o preço da Bitcoin variou 16,27% para baixo, durante o mês de novembro, desde a abertura do período, aos R$ 106.996,00 até fechar nos R$ 89.584. A máxima foi de R$ 109.159,00 e o menor preço negociado foi de R$ 82.338,00.

O levantamento mensal realizado pela Bitypreço compara o desempenho da Bitcoin e Ethereum a partir da análise de negociações em sua plataforma, que reúne as 28 principais corretoras que atuam no mercado brasileiro, além do próprio marketplace.

No caso da Ethereum, houve uma desvalorização de 17,19%%, de R$ 8.218,57 na abertura para R$ 6.805,85 no fechamento. A máxima foi de R$ 8.700,00 e o menor preço negociado foi de R$ 5.695,44.

“Novembro nem chegou a ser uma “montanha-russa de emoções” no mercado cripto. Após um outubro confortável, a queda do candle (modelo gráfico de vela) do mês 11 foi bastante significativa e, usando ainda a analogia de um parque de diversões, o movimento de preços poderia ser melhor descrito como um ´escorregador´”, comenta Israel Buzaym, head de comunicação da Bitypreço.

Segundo o analista, o decorrer dos últimos 30 dias foi marcado por notícias positivas e negativas, mas, como em outras ocasiões, o mercado não tem reagido drasticamente a nenhuma das situações. Porém, logo no início da segunda semana de novembro, a notícia da insolvência da FTX causou pânico generalizado entre os investidores.

“A incerteza – e depois a confirmação – sobre a quebra de uma das maiores exchanges do mundo foi o fator de maior importância para levar os preços do Bitcoin para baixo e segurar o criptoativo original num movimento lateral pelo restante do período”, analisa Buzaym.

Reação ao Fed

No último dia do mês, o anúncio de que o Fed deve iniciar um processo de redução do ritmo de aumento de juros ainda em dezembro deste ano impactou positivamente as bolsas do mercado tradicional e as criptos seguiram o movimento, com alta de quase 3% no Bitcoin.

“O Fed acredita que a inflação está controlada e espera queda em 2023, mas o que vemos no mercado internacionalmente é que os preços continuam a subir, a demanda por produtos e serviços não diminui, existem sinais de nova proliferação do vírus Covid-19. No curto prazo, a declaração do Fed estimula a renda variável e os preços de ativos como o próprio Bitcoin e outras criptos, mas no médio e longo prazo, a inflação tende a voltar a surpreender e os bancos centrais terão que, novamente, rever suas políticas. A volatilidade deve continuar nos próximos meses”, afirma.

Projeções para o mercado cripto

Em relação ao mercado cripto, para o curto prazo, o analista mantém a visão “bearish”, ou seja, de que o mercado continue lateralizado com preços em queda, mas, explica, para não causar pânico, que isso faz parte do processo. Segundo Buzaym, os ciclos de mercado têm se repetido desde a criação do Bitcoin, e os mercados de baixa vão continuar aparecendo.

“Isso é positivo por dois motivos e para dois grupos: os novos investidores passam a ter oportunidade de entrar nesse mercado e os investidores antigos passam a ter oportunidade de aumentar a acumulação de capital em criptomoedas para aproveitar os próximos movimentos de alta”, afirma.

A expectativa do analista é que a Bitcoin teste novamente os níveis do suporte de US$ 15.000, com o início de um novo movimento somente ao romper os US$ 23.000 com grande volume – grande força compradora. Esse movimento, entretanto, pode levar meses e até alguns anos para acontecer. Segundo o analista, é um consenso entre os analistas que o mercado deve continuar em “inverno”, com preços lateralizados, até o segundo semestre de 2024, quando o “halving” deve causar um novo choque de oferta-demanda levando os preços a subirem novamente com força significante.

“Continuar os aportes periódicos, dentro da capacidade de investimento que cada investidor possui, ainda é a melhor estratégia para acumular ‘satoshis’ – frações de BTC – para surfar as ondas vindouras. Em relação às altcoins, a sugestão é que o investidor tenha cautela, pois, como já é conhecido de todos nós, o Bitcoin geralmente leva o mercado para onde ele está indo com uma força ainda maior. Se o BTC estiver caindo, as moedas alternativas caem com mais força. Se ele voltar a subir, podemos ter uma nova altseason – temporada de alta para as altcoins”, diz o analista de mercado.