Isaac Sidney defende ajuste fiscal rigoroso e alerta para riscos da economia global

Com um alerta sobre ajuste fiscal, juros e estabilidade econômica, Isaac Sidney destacou que o Brasil precisa agir com responsabilidade para garantir crescimento sustentável e recuperar sua credibilidade internacional.

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, participou do Brasil Summit, realizado nesta quarta-feira (12), em Brasília, pelo LIDE - Grupo de Líderes Empresariais e pelo Correio Braziliense. Em sua participação, ele reforçou a necessidade de manutenção do ajuste fiscal, alertando que esse é o caminho para garantir a estabilidade econômica do Brasil diante das incertezas globais.

"Este é o momento de ter ainda mais, e não menos, ajuste fiscal"

Isaac Sidney destacou que o Brasil não pode depender de mudanças externas para resolver seus problemas econômicos internos. Para ele, o país precisa corrigir sua rota fiscal, priorizando o equilíbrio das contas públicas e reduzindo vulnerabilidades.

"Não podemos abusar da sorte. Precisamos consolidar e avançar no ajuste fiscal para assegurar a sustentabilidade da dívida pública. O pior é ficar no meio do caminho", afirmou.

Ele reconheceu avanços recentes, como a aprovação do arcabouço fiscal e medidas de contenção de despesas, mas enfatizou que ainda há um longo percurso a ser percorrido para garantir uma economia sólida.

Juros, inflação e desafios para o crescimento

O presidente da Febraban também abordou os impactos da inflação e da política monetária do Banco Central. Ele alertou que a economia brasileira ainda opera sob uma carga elevada de juros, o que restringe investimentos e limita o crescimento.

"Nossa economia está suportando uma carga muito pesada de juros para conter uma inflação que segue acima da meta. Precisamos atuar com responsabilidade para evitar desequilíbrios futuros", pontuou.

Ele ainda projetou um crescimento menor para 2025, estimado em 2%, e destacou que essa desaceleração pode ser benéfica para controlar a inflação e estabilizar as contas públicas.

Brasil e os desafios do cenário global

Sidney ressaltou que o país precisa se preparar para um cenário internacional mais volátil e protecionista, marcado por incertezas geopolíticas e uma possível redução do fluxo de investimentos para mercados emergentes.

"Estamos vendo uma mudança radical na ordem global. O Brasil precisa se posicionar estrategicamente, diversificando relações comerciais e fortalecendo sua política econômica", analisou.

Ele também defendeu uma abordagem mais pragmática nas relações internacionais, independentemente de alinhamentos políticos ou ideológicos.

Busca pelo selo de grau de investimento

Outro ponto enfatizado foi a necessidade de o Brasil recuperar o grau de investimento, um selo concedido por agências de risco que aumenta a confiança dos investidores estrangeiros no país.

"Só poderemos dizer que o Brasil voltou quando recuperarmos esse selo. Isso trará credibilidade, atrairá mais investimentos e fortalecerá nossa economia", argumentou.

A importância da união entre setor público e privado

Encerrando sua participação, Isaac Sidney reforçou que o sucesso do Brasil depende da colaboração entre lideranças políticas, empresariais e financeiras. Ele lembrou que o país já superou desafios no passado, como na época do Plano Real, e que tem capacidade de fazer isso novamente.

"O Brasil nunca dependeu tanto de si próprio para dar certo. Ou nos unimos para avançar, ou sucumbimos às nossas próprias vulnerabilidades", concluiu.

O Brasil Summit tem patrocínio do Banco BRB, da CNT e da Febraban; e apoio da TecnoBank e Grupo Paulo Octávio. Os parceiros de mídia são TV LIDE, TV Brasília, cb.dooh, Clube FM 105.5 e Revista LIDE. Os fornecedores oficiais do evento são Natural One e Brasília Palace.