Tereza Cristina defende protagonismo sustentável do Brasil e alerta para segurança jurídica no agro
Com foco em crescimento sustentável, segurança jurídica e competitividade global, Tereza Cristina reforçou que o Brasil tem capacidade única para liderar o futuro da produção agropecuária e da energia renovável, consolidando sua posição na COP30 e no comércio mundial.
A senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina participou do Brasil Summit, realizado nesta quarta-feira (12) em Brasília, pelo LIDE - Grupo de Líderes Empresariais e pelo Correio Braziliense. Durante sua participação, ela destacou que o Brasil é o único país do mundo com capacidade de dobrar sua produção de alimentos de forma sustentável, sem comprometer florestas ou segurança alimentar.
Além disso, ela ressaltou a importância da COP30 para consolidar a imagem do Brasil como líder na agricultura tropical sustentável, reforçou a necessidade de segurança jurídica para o setor produtivo e defendeu uma legislação que proteja os interesses comerciais do país no cenário global.
"O Brasil é o único país do mundo que pode duplicar sua produção de forma sustentável"
Tereza Cristina reforçou que o país tem um papel essencial na segurança alimentar global e pode expandir sua produção sem desmatamento, graças a tecnologia, disponibilidade de água e terras agricultáveis.
"Se houver uma crise global de alimentos, apenas o Brasil tem capacidade de responder rapidamente e aumentar sua produção sem comprometer o meio ambiente. Isso precisa ser valorizado e reconhecido", afirmou.
A senadora destacou ainda o impacto do setor agropecuário na economia mundial, mencionando que o Brasil é líder na exportação de carne bovina e de frango, além de ser o maior produtor de soja do mundo.
Ela também alertou que a China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, ainda não adota biotecnologia em larga escala, o que pode representar uma mudança futura no mercado agrícola global.
Créditos de carbono e energia renovável como oportunidades para o agronegócio
Tereza Cristina abordou o papel do agronegócio na transição energética e na descarbonização, lembrando que o setor pode se beneficiar da produção de biocombustíveis e do mercado de créditos de carbono.
No entanto, ela apontou que a agropecuária brasileira ainda não entrou de forma estruturada nesse mercado, devido à falta de métricas adequadas para medir sua contribuição real na redução de emissões.
"O Brasil sempre esteve na vanguarda da energia limpa. Fomos pioneiros no etanol há mais de 50 anos e hoje temos um papel fundamental na bioenergia. Precisamos garantir que o agronegócio também seja reconhecido como parte da solução climática", defendeu.
A COP30 e a necessidade de comunicação eficiente sobre o agro brasileiro
A senadora ressaltou que a COP30 em Belém será uma oportunidade única para o Brasil apresentar sua agricultura tropical sustentável ao mundo, reforçando que a conferência deve ser vista como a 'COP da floresta' e não a 'COP do desmatamento'.
Tereza Cristina defende protagonismo sustentável do Brasil e alerta para segurança jurídica no agro. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Ela alertou que o Brasil enfrenta desafios na comunicação sobre o seu modelo agrícola e que países concorrentes muitas vezes distorcem a imagem do agro brasileiro para enfraquecê-lo no mercado internacional.
"Não podemos permitir que a narrativa de concorrentes prejudique nossa posição global. A agricultura tropical sustentável que desenvolvemos ao longo de décadas é única no mundo e precisa ser reconhecida como um modelo de eficiência e respeito ambiental", enfatizou.
Tereza Cristina também elogiou os avanços na rastreabilidade da pecuária brasileira, destacando que o Pará está implementando um programa inovador de certificação de origem, algo que pode se tornar um case de sucesso global.
Segurança jurídica e a defesa dos interesses comerciais do Brasil
A senadora destacou que um dos principais desafios para o agronegócio e para o setor produtivo em geral é a falta de previsibilidade jurídica, que pode desestimular investimentos e travar avanços no setor.
"O produtor rural precisa de segurança para planejar suas safras e investimentos de longo prazo. Não podemos ter um cenário em que a cada mudança de governo, as regras mudam e causam retrocessos", alertou.
Ela mencionou que o Senado está prestes a votar um projeto de lei de reciprocidade comercial, que visa garantir que o Brasil tenha salvaguardas para proteger seus produtos no mercado internacional, sem criar barreiras protecionistas.
"O Brasil tem comércio com mais de 160 países. Precisamos de mecanismos para negociar em condições justas, sem retaliações, mas garantindo que nossos interesses sejam defendidos com equilíbrio", explicou.
Brasil como protagonista global no agro e na energia limpa
Encerrando sua participação, Tereza Cristina reforçou que o Brasil tem tudo para ser um dos principais protagonistas mundiais na segurança alimentar e na transição energética, desde que saiba transformar suas vantagens em políticas estratégicas.
"Somos uma potência em alimentos, energia limpa e biotecnologia. Precisamos de planejamento, segurança jurídica e uma visão de longo prazo para garantir que o Brasil continue sendo um líder global nesses setores", concluiu.
O Brasil Summit tem patrocínio do Banco BRB, da CNT e da Febraban; e apoio da TecnoBank e Grupo Paulo Octávio. Os parceiros de mídia são TV LIDE, TV Brasília, cb.dooh, Clube FM 105.5 e Revista LIDE. Os fornecedores oficiais do evento são Natural One e Brasília Palace.