"Falta um projeto nacional que conecte todo o país. Estamos vivendo de espasmos que vêm do setor privado", avalia João Octaviano Machado Neto

João Octaviano Machado Neto defendeu eficiência do setor logístico do país. (Foto: Reprodução)

O secretário de Logística e Transportes do Estado de São Paulo, João Octaviano Machado Neto, defendeu maior planejamento da União para a distribuição correta e eficaz de investimentos na infraestrutura do país, de modo a eliminar gargalos e inseguranças, durante o 8º Fórum LIDE de Infraestrutura e Logística realizado pelo LIDE - Grupo de Líderes Empresariais, nesta segunda-feira (21). A live reuniu empresários e gestores públicos para discutir sobre os setores infra-logístico e de saneamento.

Participaram também o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Marcos Penido, o presidente da Sabesp, Benedito Braga, o secretário Nacional de Saneamento, Pedro Maranhão, e Venilton Tadini, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). O evento teve a mediação do chairman do LIDE, Luiz Fernando Furlan, do presidente do LIDE Energia, Roberto Giannetti da Fonseca, e do diretor-executivo do Grupo Doria, João Doria Neto.

"Falta um projeto nacional que conecte todo o país. Estamos vivendo de espasmos que, geralmente, vem do setor privado. Precisamos discutir como o Brasil inteiro sai dessa crise. Onde está a retomada do setor ferroviário? Hoje, 95% da carga que chega ao Porto de Santos vem por uma única rodovia. O país está carente de investimentos na área e precisamos mudar esse cenário. São setores que geram milhares de empregos", defendeu João Octaviano Machado Neto.

A fala do secretário foi acompanhada por Marcos Penido, que defendeu a busca pela eficiência do setor. "Nós vivemos a cultura de um Estado de grande varejo, polarizado, aberto e cada um com seu sistema. Isso sempre funcionou, mas o cenário mudou agora. Precisamos reorganizar e fazer com que os investimentos valham a pena. Se não mudarmos a lógica e a inteligência da aplicação, sabemos onde isso vai dar", ponderou o chefe da pasta de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo.

O presidente-executivo da Abdib, Venilton Tadini, mostrou-se otimista com o momento pós-pandemia, mas afirmou que a retomada do setor dependerá da desburocratização e atualização da legislação que o regula. "Temos três condições relevantes para a retomada do investimento no setor: a questão do avanço em diversos marcos regulatórios importantes; fontes de financiamento, como debêntures de infraestrutura; e a recuperação de demanda".

Pedro Maranhão acredita que o novo marco trará segurança jurídica ao setor. (Foto: Reprodução)

Saneamento

O secretário Nacional de Saneamento, Pedro Maranhão, falou sobre a segurança jurídica oferecida pela nova lei para universalização do saneamento básico, sancionada em julho. "O novo marco regulatório do saneamento dará previsibilidade ao setor. Independente se o capital é privado ou público, ele precisa ser eficiente. Estamos otimistas em atrair o capital. A viabilidade do setor existe, assim como capital e projetos. O que precisamos é que a nova lei destrave todos esses nós".

Benedito Braga, presidente da Sabesp, acredita que o novo marco vai agilizar processos e oferecer as soluções demandadas pelo setor de saneamento. "Com o novo marco regulatório, teremos diretrizes estabelecidas pela ANA, mais competitividade com a obrigação de licitar, padrões claros e estabelecidos, indicadores de qualidade e eficiência, e mais segurança jurídica em temas como equilíbrio tarifário, o que atrairá mais investimentos", explicou.

O 8º Fórum LIDE de Infraestrutura e Logística teve o patrocínio de Rumo, Unimed, VLI e apoio institucional de Acciona. A RCE Digital foi a fornecedora oficial do evento.