Comércio Brasil-EUA alcança US$ 18,8 bilhões, com recorde de exportações brasileiras

Expectativa da Amcham é que o comércio bilateral continue a crescer, alcançando novos recordes em vários indicadores, aponta CEO da entidade.

Container_UnsplahResultado é o segundo maior da série histórica do comércio bilateral. (Foto: Unsplash)

A mais recente edição do Monitor do Comércio Brasil-EUA da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) indica o crescimento das trocas de bens entre os dois países no primeiro trimestre de 2024, alcançando o valor de US$ 18,8 bilhões, segunda maior marca na série histórica do comércio bilateral.

Esse valor foi influenciado pelo recorde nas exportações brasileiras para os EUA tanto em valor como volume. O Brasil vendeu US$ 9,8 bilhões para o mercado norte-americano no período, um crescimento de 19,5% em valor e de 33,1% em quantidade. O aumento ocorreu de forma disseminada entre todos os setores, levando também ao recorde nas exportações brasileiras de US$ 7,3 bilhões de produtos industriais.

"O resultado positivo do comércio de bens entre Brasil e EUA neste início de ano reforça a importância da nossa parceria bilateral. O Brasil tem nos EUA um mercado prioritário e em expansão para os seus produtos, sobretudo de maior valor agregado. No ano que em que comemoramos 200 anos de relações diplomáticas, a expectativa da Amcham é de que o comércio bilateral continue a crescer, alcançando novos recordes em vários indicadores", destaca Abrão Neto, CEO da Amcham, entidade que representa 1/3 do PIB brasileiro.

Destaques do Monitor do Comércio Brasil-EUA:


Intensificação do Comércio: A corrente de comércio entre o Brasil e os EUA alcançou US$ 18,8 bilhões, se aproximando do recorde de US$ 19 bilhões verificado no mesmo período de 2022.

Exportações Recordes: O Brasil registrou aumento expressivo de 19,5% nas exportações para os EUA, superando o crescimento das vendas externas brasileiras para outros parceiros. Esse desempenho ressalta o papel dos EUA para a produção e venda de diversos setores, como indústria de transformação, indústria extrativa e agropecuária.

Superávit: Pela primeira vez desde 2008, o Brasil obteve um superávit comercial com os EUA no primeiro trimestre do ano (US$ 855,6 milhões), refletindo o forte aumento das exportações brasileiras.

Crescimento em Produtos-Chave: Houve aumento em valor e quantidade em 8 dos 10 principais produtos exportados para os EUA, como petróleo bruto, óleos combustíveis, café não torrado, aeronaves, suco de laranja, ferro gusa e equipamentos de engenharia civil – o que demonstra a diversidade da pauta exportadora brasileira.

Importações: Apesar de uma queda geral nas importações, causada pela redução nas compras brasileiras de óleos combustíveis, houve aumento em 8 dos 10 principais produtos importados pelo Brasil dos EUA, como motores e máquinas não elétricos, polímeros de etileno (37,7%), petróleo bruto, aeronaves e instrumentos e aparelhos de medição, indicando áreas de crescente interdependência produtiva e comercial.
Expectativas para 2024

Para 2024, a Amcham projeta aumento no comércio bilateral, orientado pelo crescimento das exportações brasileiras e pela expectativa de expansão das economias e, consequente da demanda, em ambos o Brasil e os EUA.

O ano também marca os 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países. “Além de celebrar os resultados dessa longa e sólida trajetória de parceria, o bicentenário das relações Brasil-EUA oferece um contexto emblemático para lançar as bases de um novo ciclo para o aprofundamento da integração bilateral”, destaca Abrão Neto.