Roberto Campos Neto: 'Estou na minha última milha, assim como a inflação: que decorram para um lugar satisfatório'

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou a empresários que as mudanças climáticas geram impacto na estabilidade financeira no Brasil e no mundo. Ele participou do Almoço Empresarial LIDE, nesta segunda-feira (27), em São Paulo.

"A preocupação dos investidores ainda é a inflação global. A gente teve um período de desinflação puxada por alimentos e bebidas. Os países emergentes mantiveram a inflação ante os países mais desenvolvidos", analisou.

Campos Neto disse que a inflação nos Estados Unidos tem influenciado de maneira determinante a reprecificação global. Para ele o FED (o BC norte-americano) está confortável.  "Hoje, há a expectativa sobre queda dos juros nos EUA em setembro ou dezembro".

O presidente do BC apresentou um gráfico que mostra o aumento da temperatura global nos últimos anos. "Outro ponto é que houve um crescimento de anomalia de temperatura, que desorganiza o preço de alimentos e logística, além de estabilidade financeira", afirmou.

Neste mesmo contexto, o banqueiro disse que o Banco Central monitora a situação das enchentes no Rio Grande do Sul. "Apesar de gerar ruído fiscal, a boa notícia é que a colheira de arroz havia quase terminado no Estado quando a enchente começou". 

Presidente do Banco Central alertou para o impacto das mudanças climáticas na estabilidade financeira (Foto: Evandro Macedo/LIDE)

Roberto Campos Neto segue como presidente do BC até 31 de dezembro de 2024. O banqueiro afirmou que a expectativa é manter a meta de inflação. "A gente manteve a expectativa de meta. Tem alguns ruídos recentes que essa mudança ocorra. Isso entende que ao longo do tempo deve estabilizar e melhorar".

"Ninguém ganha uma corrida sem correr a última milha. Estou na minha última milha, assim como a inflação: que decorram para um lugar satisfatório", finalizou.