42% dos líderes de negócios pretendem aumentar investimento em ESG

Estudo realizado pela Data-Makers, em parceria com a CDN, também aponta que reputação corporativa continua como principal motivo para adoção de práticas que envolvam aspectos ambiental, social e de governança.

ESG

Estudo realizado pela Data-Makers, em parceria com a CDN, também aponta que reputação corporativa continua como principal motivo para adoção de práticas que envolvam aspectos ambiental, social e de governança. (Foto: Pixabay)

Há uma perspectiva otimista para os investimentos das empresas brasileiras em ESG nos próximos 12 meses, segundo a pesquisa “Data-Leaders - Líderes de negócios e ESG”, realizada pelo instituto de pesquisa e big data Data-Makers, em parceria com a CDN. O levantamento, que traz uma análise com 100 líderes de negócios, entre CEOs e C-Levels dos mais diferentes segmentos, aponta que 42% deles têm expectativa de aumento no orçamento para iniciativas da área, nas companhias que lideram.

Na primeira edição do estudo, em 2023, essa perspectiva de subir os aportes em ESG estava na resposta de 30% dos CEOs e C-Levels. Voltando ao ano atual, a maioria (52%) das empresas deve, no mínimo, manter os investimentos na área, enquanto apenas 6% têm perspectiva de diminuir o recurso destinado. “Se ano passado os resultados foram preocupantes, hoje vemos líderes com mais conhecimento, experiência no tema e disposição para investir em iniciativas ESG. Começamos um caminho sem volta para a maturidade do tema no Brasil”, afirma Fabricio Fudissaku, CEO da Data-Makers.

Além da questão financeira, a edição atual do estudo mostra evolução dos CEOs e C-Levels em temas como conhecimento sobre a área e a importância aferida a ela, na comparação com o primeiro levantamento. Em linhas gerais, subiu de 16% para 20% o grupo de líderes que declaram conhecer profundamente o assunto. Além disso, entre o total de entrevistados, 90% reconhecem a importância do tema. Isso significa que diminui, mas ainda existe um grande gap entre o conhecimento existente e a relevância dada ao tema.

A prática e os objetivos das empresas

Outro ponto relevante do estudo é que a maioria dos CEOs e C-Levels acreditam caminhar bem na área. O levantamento revela que 59% classificam que o desempenho das empresas que lideram é positivo em práticas de ESG. Na comparação com o mercado, 52% dos líderes avaliam suas companhias como superiores à média. Apenas 17% admitem que ainda estão abaixo da maior parte das organizações nesse aspecto.

Quando o assunto é motivação para a adoção de práticas de ESG, a reputação corporativa está no topo da resposta dos líderes. Nesse caso, 71% creem que há influência direta entre o investimento na área e a uma melhor percepção dos vários públicos sobre a empresa. A segunda maior motivação, de acordo com os CEOs e C-Levels, está na imagem da marca. Nesse ponto, 63% apostam no impacto da adoção de ESG nos valores e mensagens que a empresa quer refletir. Outros tópicos mencionados como importantes são a melhora na gestão da empresa (59%), a redução de riscos (50%).

“A reputação sempre foi um ativo fundamental para as empresas. No mundo contemporâneo, porém, esse valor subiu a um outro patamar. Ter boa reputação tornou-se mais do que uma licença para operar, é uma licença para existir. E a reputação está diretamente ligada ao impacto que a empresa causa na sociedade e na forma como se relaciona com ela por intermédio de seus diversos públicos. Os executivos entrevistados demonstram ter consciência dessa realidade”, pontua Fabio Santos, CEO da CDN.

Desafios e referências pelo caminho

Entre os obstáculos mais relevantes para a adoção de ESG nas organizações, segundo os executivos, estão a pressão por resultados de curto prazo (43%), falta de profissionais preparados (43%), falta de prioridade ao tema (43%), falta de comprometimento da liderança (38%) e ausência de métricas e KPIs (38%).

Os CEOs (47%) e conselhos de administração (24%) são os principais tomadores de decisões sobre o ESG, seguidos por comitês interdisciplinares (15%), área dedicada (6%) e RH (5%).

Entre as maiores referências em adoção de práticas ESG, os entrevistados mencionaram 77 empresas, revelando um cenário de maior pulverização, em relação ao ano passado. Novamente, a Natura foi a organização líder em menções (41%), seguida por O Boticário (24%), Itaú e Ambev (11%). Já a executiva mais lembrada foi Denise Hills, diretora global de sustentabilidade da Natura, com 4% das menções.