Consumidor brasileiro espera que empresas utilizem fontes renováveis de energia

Na sequência, a expectativa maior é que elas reduzam suas emissões de gases de efeito estufa, assim como a poluição da água e do solo, revela nova edição de estudo global da EY sobre o comportamento dos consumidores.

american-public-power-association-513dBrMJ_5w-unsplashNa sequência, a expectativa maior é que elas reduzam suas emissões de gases de efeito estufa, assim como a poluição da água e do solo, revela nova edição de estudo global da EY sobre o comportamento dos consumidores. (Foto: UNSPLASH)

Três em cada dez consumidores brasileiros consideram que o uso de energias renováveis seja a principal questão em termos de sustentabilidade a ser resolvida pelas empresas. Na sequência, com 28%, vem a redução das emissões de gases de efeito estufa, mesma porcentagem de diminuição da poluição da água e do solo. Em quarto lugar, os respondentes apontam embalagem sustentável, com 24%. Os dados são provenientes da nova edição do FCI (Future Consumer Index), elaborado pela EY a partir de 22 mil respostas de consumidores em todo o mundo entre 18 e 80 anos.

Globalmente, os resultados são semelhantes, com a diferença em relação ao terceiro lugar, que é compartilhado por embalagem sustentável, redução de lixo e diminuição da poluição da água e do solo. Já em relação à sociedade em geral, os consumidores brasileiros apontam as seguintes questões como as principais a serem enfrentadas: combate das mudanças climáticas e dos seus impactos (29% das respostas); proteção dos ecossistemas sustentáveis e da biodiversidade (28%); e manutenção de água potável e promoção do saneamento básico (26%).

O compromisso da transição dos combustíveis fósseis para as energias renováveis foi o destaque da COP28 realizada no ano passado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O global stocktake ou inventário global de emissões, produzido na última edição da COP, estabelece a necessidade de triplicar até 2030, em nível mundial, a capacidade de energia renovável e dobrar a taxa média de melhorias na eficiência energética. Essas medidas são consideradas fundamentais para manter o avanço da temperatura em 1,5ºC até o fim deste século, conforme determina o Acordo de Paris. O Brasil, que tem cerca de 85% da sua matriz elétrica composta por fontes renováveis, está em uma posição privilegiada em relação a outros países, como EUA, Rússia e os europeus.

Os impactos causados pelo aquecimento global, conforme mostra a nova edição do FCI, estão fazendo com que os consumidores aumentem seu engajamento nessas questões, exigindo atitudes consistentes e urgentes das empresas. Praticamente metade dos consumidores globais (45%) dizem que estão sendo impactados por eventos climáticos extremos. Já 44% afirmam que enfrentam escassez de água. Estão acima dessas porcentagens apenas as relacionadas com custo. Mais da metade (52%) dos respondentes dizem que sentiram aumento nos custos de energia, com porcentagem semelhante (51%) relatando elevação dos preços dos produtos, ainda por causa dos impactos gerados pelas mudanças climáticas.

Future Consumer Index

A nova edição do FCI, baseada em entrevistas feitas em setembro de 2023, fornece uma perspectiva única sobre as mudanças de comportamento dos consumidores. Por meio de uma pesquisa online anônima, foram coletadas 22 mil respostas de consumidores com idade entre 18 e 80 anos.

Os entrevistados são dos 28 países a seguir: Estados Unidos, Canadá, México, Brasil, Argentina, Chile, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Espanha, Dinamarca, Holanda, Finlândia, Suécia, Noruega, Austrália, Nova Zelândia, Japão, China, Índia, Indonésia, Tailândia, Arábia Saudita, África do Sul, Vietnã, Nigéria e Coreia do Sul. Os recortes foram feitos globalmente e por país, permitindo a comparação do comportamento do consumidor e a identificação de tendências locais e internacionais.