Empresas aportam R$ 3,7 bilhões em projetos de investimento Social Privado, aponta pesquisa do BTG Pactual
Desenvolvida em colaboração com o Instituto para o Investimento Social Privado, o estudo analisa 93 empresas de 17 setores.
Desenvolvida em colaboração com o Instituto para o Investimento Social Privado, o estudo analisa 93 empresas de 17 setores. (Foto: Freepik)
Uma pesquisa sobre filantropia corporativa, desenvolvida pelas áreas de Investment Banking e Responsabilidade Social do BTG Pactual, maior banco de investimento da América Latina, revelou que médias e grandes empresas já investiram R$ 3,7 bilhões em projetos e iniciativas de Investimento Social Privado (ISP). São considerados investimentos desta natureza quando a destinação de recursos é voluntária e estratégica em benefício da sociedade, e não limitantes a dinheiro, podendo incluir mão de obra, tecnologia, produtos e conhecimento especializado.
A pesquisa foi feita em parceria com o Instituto para o Investimento Social Privado (IDIS), e ouviu 93 empresas, entre maio e junho deste ano, de 17 setores do CNAE (Classificação Nacional das Atividades Econômicas), e levou em consideração dados como valores investidos e verificados em relatórios de sustentabilidade, causas prioritárias, modelos de execução. A pesquisa também avaliou a autopercepção das companhias quanto à frequência e qualidade da adoção de boas práticas.
Para Juliana de Paula, head de Responsabilidade Social do BTG, “as empresas estão cada vez mais engajadas, mas sabemos que muitas delas têm desafios de como fazer o investimento social privado de forma efetiva. Nossa pesquisa, vem com o intuito de entender os maiores desafios e boas práticas dos nossos clientes corporativos e contribuir, de forma mais direta, para essa agenda. Além de ser um complemento às pesquisas já existentes no setor"
Entre as causas mais apoiadas pelas empresas, se destacam, em ordem de prioridade, educação, arte e cultura, geração de trabalho e renda, e equidade de gênero. Entre os temas com menor apoio, estão bem-estar animal, acesso à alimentação e apoio à gestão pública.
A pesquisa revela, ainda, que o apoio a projetos de arte e cultura, esporte e lazer, saúde e assistência social é mais frequentemente realizado por meio da doação e investimentos em organizações ou projetos já estruturados por terceiros. Já a infraestrutura urbana, meio ambiente e mudanças climáticas, e geração de trabalho e renda se destacam como iniciativas realizadas de forma proativa pelas empresas.
No recorte setorial, empresas do mercado financeiro, comércio, indústrias de informação e de energia, gás, transporte e construção, são os principais doadores de recursos próprios. Juntas as empresas desses setores doaram R$ 1,3 bilhão em recursos incentivados e R$ 2,7 bilhões de recursos próprios, a maior parte desse investimento está concentrada em empresas que aplicam entre R$ 1 milhão e R$ 100 milhões.
Sobre a forma como as empresas estão estruturadas, o levantamento revelou que 54,7% das empresas contam com áreas de Sustentabilidade e Responsabilidade Social e 17,2% possuem Institutos ou Fundações. Já 28,1% das companhias participantes concentram essa atividade em outras áreas, como Marketing, Comunicação e RH. Mais de 69% têm planejamento de ISP com critérios bem definidos para seleção de projetos, enquanto 31% estão em processo de desenvolvimento ou têm diretrizes internas.
Em relação aos principais desafios identificados pelos respondentes, o monitoramento e avaliação de impacto e relação com as comunidades são os que mais aparecem.
A pesquisa mostra ainda alguns insights sobre as principais respostas, das 93 empresas participantes, apenas 59 utilizam recursos incentivados para iniciar suas atividades de impacto social. "Apesar de muitas empresas demonstrarem maturidade em toda sua agenda de investimento social privado, enxergamos algumas possibilidades das companhias ampliarem sua agenda de filantropia corporativa. Os projetos incentivados são uma porta de entrada para quem está começando a estruturar sua cultura de impacto social", conclui Juliana.