BCG projeta um aumento de 60% nos investimentos em IA nos próximos três anos

Estudo mostra que, em 2025, 86% dos executivos brasileiros entrevistados pretendem investir até US$ 25 milhões na tecnologia.

robot-handshake-human-background-futuristic-digital-age (1)Estudo mostra que, em 2025, 86% dos executivos brasileiros entrevistados pretendem investir até US$ 25 milhões na tecnologia. (Foto: Freepik)

O Boston Consulting Group (BCG) acaba de lançar a nova edição do AI Radar, estudo global que captura as percepções dos executivos sobre inteligência artificial (IA), intitulado From Potential to Profit Closing the AI Impact Gap. Baseado em uma pesquisa com 1.803 executivos C-level em 19 países – incluindo o Brasil – e 12 setores, o levantamento revela que, embora a IA seja uma das três prioridades estratégicas para 75% dos respondentes globais, apenas um quarto deles relata ver valor significativo da solução em suas iniciativas. Nacionalmente, 80% das empresas priorizam a tecnologia na sua estratégia e 62% dos executivos veem a IA como promissora, mas ainda sem valor tangível.

Por conta disso, o BCG projeta um aumento de 60% nos investimentos em IA nos próximos três anos. Em 2025, uma em cada três companhias globais planeja alocar mais de US$ 25 milhões para IA, com diferenças importantes entre os países representados no estudo. Enquanto no Japão 47% das organizações pretendem chegar a este nível de investimento, no Brasil apenas 14% têm a intenção de destinar esse mesmo montante para a tecnologia.

“As empresas consideradas líderes no tema estão investindo estrategicamente em IA, direcionando mais de 80% de seus recursos para transformar funções centrais e criar novas ofertas. Porém, o estudo revela uma lacuna significativa: globalmente, 60% das empresas ainda não definem ou monitoram KPIs financeiros para suas iniciativas de IA, o que resulta em um ROI 2,1 vezes menor em comparação com aquelas que estabelecem metas claras”, explica Caio Guimarães, diretor executivo e sócio do BCG. “No Brasil, essa também é a realidade. Embora 72% das empresas planejem aumentar seus investimentos em IA (em patamares mais moderados comparados com a média global), 42% dos respondentes não monitoram o valor gerado por essas tecnologias. Isso demonstra uma desconexão entre o potencial investimento e a clareza sobre seus resultados”, comenta Guimarães.

De acordo com o executivo, também há desafios relacionados à confiança na IA. O estudo destaca que 79% dos pesquisados brasileiros expressam insegurança em relação à tecnologia, principalmente devido a preocupações com privacidade e segurança de dados (74%), falta de controle ou compreensão das decisões de IA (44%) e barreiras regulatórias (41%).

Outro ponto crítico é a capacitação. No Brasil, 75% das empresas enfrentam dificuldades para atrair talentos em IA ou requalificar seus times. Apenas 20% das organizações têm mais de 25% de sua equipe treinada nessas tecnologias, evidenciando a necessidade de ações robustas para formação e qualificação.

“Em termos de força de trabalho, a grande maioria dos executivos espera impacto em produtividade e ressignificação do quadro atual, sem afetar a quantidade de funcionários. A minoria (7%) acredita que a IA acarretará uma redução de pessoas devido a automação. Há ainda uma parcela de 8% que acredita que a IA possa até criar mais vagas, adicionando novas habilidades necessárias à força de trabalho atual”, finaliza Guimarães.