Morgan Doyle, BID: '4 de cada 5 reais que a gente empresta vão para os estados e municípios'

Diretor do BID para o Brasil reforçou o trabalho do banco em buscar a sinergia entre o setor público e privado.

vfc_lide_washingtonDC_8078Morgan Doyle, diretor do BID para o Brasil. (Foto: Vanessa Carvalho/LIDE)

Em visita de empresários e autoridades a sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), durante o LIDE Brazil Developmente Forum, diretor do Banco para o Brasil, Morgan Doyle, afirmou que a instituição procura a sinergia entre o setor público e privado para buscar o desenvolvimento de diversas áreas. O executivo enfatizou ainda que muito mais que financiamentos, o BID é um banco de conhecimento.

Essa troca de conhecimento, citada por Doyle, atualmente é representada, no Brasil, por meio da aprovação de ao menos 20 projetos por ano, que somam R$ 90 milhões de reais. O impacto deixado por esse processo, como define o diretor, são canalizados diretamente na qualidade de vida das pessoas, refletindo em ações de financiamentos verdes, segurança pública, saúde, agricultura sustentável e gestão de precatórias. No contexto público, o executivo afirmou que, hoje, os principais clientes no país são os estados e municípios. “4 de cada 5 reais que a gente empresta vão para os governos subnacionais. Esse é o elemento central do nosso programa”, complementa.

wv_lide_washingtonDC_5630Lideranças brasileiras visitam o BID em Washington. (Foto: William Volcov/LIDE)

Pela importância destas esferas, citou projetos implementados no Brasil que refletiram em números positivos, como na área da atenção básica da Saúde na cidade de São Paulo que conseguiu reduzir de 14 para 12 o número de mortes prematuras por acidentes cardiovasculares a partir da digitalização de 18 milhões de dados dos usuários. Ainda na maior metrópole da América Latina, Doyle voltou a mostrar que o BID vai além dos financiamentos públicos e junto com o Hospital Albert Einstein foi investido R$ 100 milhões para a construção de um centro de oncologia, que durante a pandemia, foi associado na ampliação de leitos. Assim como a parceria com o Instituto Butantan para elevar a produção de vacinas.

A relação público e privada ganha um novo momento Banco com a estruturação dos projetos de PPPs que já contam com 25 ativos e um valor de 35 bilhões de reais. Além disso, o executivo reforçou a ação fiscal do BID com os estados, que segundo Doyle, “os estados que entram, tem incremento substancial na arrecadação de dois dígitos, comparado com os outros. São 12% a mais que os estados que não entram”, afirma 

vfc_lide_washingtonDC_7977Presidente do BID, Ilan Goldfajn, durante discurso a empresários na sede do banco. (Foto: Vanessa Carvalho/LIDE)

A parceria com a iniciativa privada também norteou o discurso do presidente do BID, Ilan Goldfajn. Segundo ele, a região do Caribe e da América Latina representa um grande desafio macroeconômico, com demandas sociais crescentes e urgentes. "Essas populações estão impacientes pela mudança. Ao mesmo tempo, temos restrições de recursos para tudo o que é preciso fazer e cabe ao BID e aos governos buscar essa solução. E é aí que vem a importância da parceria com o setor privado: é impossível promover as transformações necessárias somente com os recursos públicos", pontuou.

Financiando a sustentabilidade

No encontro, Morgan Doyle deixou claro que a descarbonização está entre as prioridades do banco. Nesta seara, mencionou a possibilidade de cofinanciamento, que pode ser concessional ou até de doação. “No caso brasileiro, temos mobilizado mais de 1 bilhão de dólares para projetos que tem impactos sobre a questão do financiamento climático”, explicou. Como exemplo, usou a parceria com uma grande empresa de locação de veículos para a eletrificação de parte da frota.

Veja e reveja o que aconteceu no evento:

O LIDE Brazil Development Forum tem patrocínio do Banco BRB, Bradesco, CEDAE, CNI, Febraban, Invest.Rio, Itaú e Paper Excellence. O evento conta ainda com apoio da Acciona, Deso, FIA e Grupo BBF.