Transações de créditos inadimplidos podem superar 50% do valor de face, diz KPMG

Metade dos investidores respondentes declaram estipular R$ 10 milhões como valor mínimo de compra.

francisco_clemente___kpmg-26377371Francisco Clemente, sócio de Deal Advisory & Strategy - Turnaround & Restructuring da KPMG no Brasil. (Foto: Divulgação/KPMG)

Investidores de créditos inadimplidos estão dispostos a pagar acima de 50% do valor de face, e o percentual médio pago pode variar de 10% a 50% em créditos corporativos. Essa é a opinião de metade (50%) dos respondentes da pesquisa “O mercado de ativos alternativos e crédito inadimplido no Brasil”. Metade dos investidores respondentes declaram estipular R$ 10 milhões como valor mínimo de compra, enquanto um em cada cinco (20 %) pode investir mais de R$ 200 milhões.

“Os dados obtidos indicaram que os compradores enxergam um panorama promissor nos próximos anos, marcado por expansão e amplo potencial de desenvolvimento”, analisa Francisco Clemente, sócio de Deal Advisory & Strategy - Turnaround & Restructuring da KPMG no Brasil e responsável pelo desenvolvimento da Plataforma de Ativos Alternativos da KPMG.

Na mesma visão dos compradores, os indicadores da publicação mostram que, quatro em cada dez investidores (40%), têm expectativa de retorno sobre investimento de 30 a 35% ao ano; quase um terço espera que o investimento seja de 25% a 30% ao ano.

Já no lado dos vendedores, a publicação demonstra que, entre as instituições financeiras, 50% já efetuaram a venda de ativos alternativos algumas vezes. O volume do saldo contábil de créditos inadimplidos é maior nas instituições financeiras, já que, em 50% dos casos, o valor aproximado de saldo contábil dos créditos inadimplidos (com pelo menos 180 dias de atraso) é inferior a R$ 10 milhões. Nas instituições financeiras, 55% desse saldo corresponde a pendências com valores superiores a R$ 1 bilhão.

A pesquisa indica ainda que 73% dos vendedores afirmam que aumentar a liquidez é a razão mais forte para a venda de créditos inadimplidos, enquanto a motivação contábil (melhoria dos índices financeiros) representa 27%.

Nessa pesquisa brasileira, foram realizadas 100 entrevistas, sendo 42 investidores e 58 vendedores de ativos alternativos e créditos inadimplidos.