Conheça as origens do Gin Tônica e a melhor forma de servi-lo

Refrescante e moderna, a bebida surgiu no século 18 como remédio e hoje é estrela na carta de coquetéis de bares pelo mundo. Conheça sua história.

1 - Gin Tônica - CapaConheça as origens do Gin Tônica e a melhor forma de servi-lo. (Foto: Divulgação)

Ao saborear um Gin Tônica, leve e refrescante, talvez você não imagine os árduos caminhos que o drink percorreu desde sua origem. Para contar essa história, precisamos conhecer o passado do destilado e do refrigerante de quinino, seus principais ingredientes.

gin, a famosa bebida espirituosa dos ingleses, surgiu, na verdade, em território holandês. Como outras bebidas, nasceu da necessidade de criar um medicamento. Em 1650, o médico Franciscus (ou Sylvius) de la Boie pesquisava um diurético para amenizar problemas renais. Nesse estudo, ele juntou o zimbro ao destilado de cereais e criou o que mais tarde seria conhecido como gin.

O nome da bebida é uma variante da palavra “zimbro” em outras línguas. Entre elas genever (zimbro em holandês), genievre (em francês) e ginepro (em italiano). Mais tarde, foram adicionados à receita diversos botânicos para dar aromas e sabores únicos. Hoje, cada destilaria tem sua marca registrada de acordo com os botânicos que emprega na fabricação do gin.

2 - Zimbro tem propriedades diuréticas e é o principal componente do gin
Zimbro tem propriedades diuréticas e é o principal componente do gin. (Foto: Divulgação)

À época o medicamento era barato, eficaz e também ajudava os soldados ingleses a espantarem o frio durante a Guerra dos 30 anos – conflito entre católicos e protestantes que marcou o fim do feudalismo na Europa.

Fato é que o gin se popularizou rapidamente na Inglaterra pelo seu gosto único e elevado teor alcoólico. O grande problema é que isso também fez com que surgissem diversos alambiques que produziam bebidas falsificadas e de má qualidade.

O resultado disso foi uma crise de alcoolismo no país na primeira metade do século 18 – conhecida como “Gin Craze”. Outras bebidas alcoólicas eram consumidas na época, mas o baixo preço e fácil acesso provocaram estrago nas ruas de Londres.

Para controlar o consumo exagerado, regulamentar a produção e a venda do destilado, o Parlamento Inglês promulgou sete leis diferentes sobre o assunto.

3 - Em 1721, o governo inglês estimava que pelo menos um quarto dos moradores de Londres trabalhavam na produção do gin. Dose era muito barata e podia ser comprada por alguns centavosEm 1721, o governo inglês estimava que pelo menos um quarto dos moradores de Londres trabalhavam na produção do gin. Dose era muito barata e podia ser comprada por alguns centavos. (Foto: Divulgação)

Quinino contra a Malária

Durante as muitas expedições para a colonização do continente africano, os soldados ingleses já consumiam o gin. Conheciam ainda seu sabor e propriedades únicas. Há relatos de que além de ajudar a suportar as noites frias, os militares também sentiam-se mais corajosos para lutar e cumprir as missões.

Mas o clima da Índia – colônia inglesa durante o século XIX – dispensava a necessidade de aquecimento. Como em muitos outros países tropicais, o ambiente quente e úmido facilitava a proliferação de mosquitos transmissores da malária. A febre altíssima levava muitas pessoas à morte. 

Por outro lado, a medicina já conhecia meios de prevenir a doença. A Chinchona calisaya, típica da flora peruana, era usada pelos indígenas para o tratamento desta e de outros males. A quinina, presente na planta, extraída da casca da árvore e depois triturada, se revelou excelente antitérmico. Recebeu esse nome graças ao nome da árvore, Kina, no dialeto indígena.

Como a árvore não existia na Europa, alguns colonizadores que estiveram na América do Sul levaram mudas par ao Velho Continente. Assim, ainda no século 18, o médico escocês George Cleghorn descobriu que as características do quinino liberavam na pele humana um amargor que afastava os mosquitos. Além disso, ele conseguia eliminar os plasmódios da doença já instalados no organismo. Daí sua eficácia.

4 - Chinchona calisaya é tipicamente peruana e era amplamente utilizada pelos indígenas por suas propriedades medicinais- Chinchona calisaya é tipicamente peruana e era amplamente utilizada pelos indígenas por suas propriedades medicinais. (Foto: Divulgação)

O problema, porém, ainda estava longe de ser resolvido por completo. O gosto muito amargo causava náuseas e vômitos e os relatos de efeitos colaterais eram inúmeros. Atacava desde o sistema digestivo até o reprodutor. Naquela época, a água gaseificada com quinino devia ser utilizada com cuidado, pois era muito concentrada. E justamente para ser consumida como um remédio contra a malária.

Unindo o útil ao agradável

Resumindo: para proteger-se da doença, os soldados ingleses precisavam tomar uma dose de quinino todos os dias. E preferencialmente no fim da tarde, pois os mosquitos eram mais ativos à noite.

Então, para disfarçar seu forte gosto amargo, eles decidiram adicionar à água, açúcar, limão siciliano e gin.

A mistura deu certo e nasceu, assim, a primeira versão de gin tônica como a conhecemos.

Com o tempo, a medicina avançou e foram descobertos outros medicamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais para proteção da doença.

5 - Soldados britânicos tomando aquela deliciosa dose de quinino. Sem fazer careta.
Soldados britânicos tomando aquela deliciosa dose de quinino. Sem fazer careta. (Foto: Divulgação)

Da mesma forma, para que o quinino se tornasse mais leve e saboroso e ainda minimizasse efeitos desagradáveis, a composição da tônica foi alterada. O sulfato ou cloridrato hoje em dia deram lugar ao hidrocloreto na indústria, com concentração do quinino menor. A posologia do medicamento antigo era de 1,5 grama por dia, enquanto um litro do atual refrigerante contém apenas 5 miligramas. O refrigerante foi patenteado em Londres, em 1858.

O remédio com quinino concentrado foi deixado de lado. Mas o drink, não.

Perfect serve

Agora que já sabemos de onde veio o gin e seu drink mais famoso, chegou a hora de prepará-lo. Como dito, cada gin é feito com botânicos selecionados, que podem ter seus aromas destacados de acordo com os sabores que incluímos no Gin Tônica. Beefeater London Dry Gin, por exemplo, além do zimbro, tem casca de limão siciliano, coentro, amêndoas, casca de laranja sevilha (laranja azeda), raiz de lírio, raiz de alcaçuz, raiz e sementes de angélica.

Para aproveitar todos os botânicos da composição de Beefeater da melhor maneira possível, temos o Perfect Serve, isto é, o drink “perfeito”. Então, cuidado com a ideia de acrescentar pepino à sua G&T. Ele é parte dos botânicos de apenas uma marca no mundo. Portanto, não se trata de uma combinação adequada aos demais gins presentes no mercado.

6 - BEEFEATER-PERFECT-SERVE-2

Atualmente, existe uma discussão sobre o melhor copo para o drink. Antes, ele era servido em copos longos e, com o crescimento da popularidade da G&T, começou a ganhar espaço a taça Borgogne, grande e longa, de vinho. Esta é, agora, a cara do Gin Tônica no mundo.

GIN TÔNICA

Ingredientes

50 ml Beefeater London Dry Gin
200 ml de tônica
1 zest de limão siciliano
muito gelo

Modo de preparo

Esfrie a taça com muito gelo e depois retire o excesso de água. Acrescente Beefeater London Dry Gin e o xarope ou refrigerante de tônica e misture tudo com uma colher bailarina.

Ao final, decore com um zest de limão siciliano.

 [AVISO LEGAL: Beba com moderação. Conteúdo destinado para maiores de 18 anos.]

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