Govtechs levam eficiência ao poder público

Startups de tecnologia avançam na administração pública e podem melhorar atendimento à população em diversas áreas.

Free Foto De Pessoas Fazendo Apertos De Mão Stock PhotoA transformação digital trouxe outros segmentos aos negócios (Foto: Pexels)

 

A aceleração da inovação tecnológica tem chegado a todos os setores da economia e da sociedade, inclusive o público. Ainda um termo pouco conhecido, as “Govtechs” avançam na administração pública, com o objetivo de desenvolver soluções inovadoras e melhorar a vida do cidadão no dia a dia do serviço público.  

Uma Govtech pode ser entendida como um conjunto de infraestruturas e soluções que utilizam a inovação e a tecnologia para melhorar serviços e processos públicos, resolvendo problemas complexos e gerando impactos positivos na sociedade. A definição é do BrazilLAB, um hub de tecnologia cujo objetivo é promover a interação entre startups e o poder público.  

Criado em 2016, o BraziLAB já promoveu a aceleração de 110 startups e conta com 28 prefeituras e mais de 30 organizações parceiras. De acordo com o site da instituição, que tem escritório em São José dos Campos (SP), há 55 soluções de Govtechs em implementação e 1.173 projetos inscritos. “Nosso objetivo é estimular no Brasil uma cultura voltada para a inovação no setor público. Fazemos isso apoiando empreendedores que estão engajados em buscar soluções para os desafios mais complexos vividos pela sociedade atual”, diz o texto de apresentação do hub de tecnologia. 

Apesar de ainda serem pouco conhecidas pelo grande público, as Govtechs devem movimentar cerca de US$ 1 trilhão em todo o planeta, até 2025. A estimativa é de Diogo Catão, CEO da Dome Ventures, uma GovTech que nasceu com o propósito de transformar o futuro das instituições públicas no Brasil, por meio de soluções inovadoras. “Há um crescimento das Govtechs no Brasil e no mundo. Quando analisamos o cenário nacional, apenas no governo federal houve um aumento de mais de 18% em contratos de serviços de tecnologia da informação, em uma soma que chega a R$ 2,5 bilhões”, diz Catão. 

O Marco Legal das Startups (Lei Complementar 182/21) estimula as parcerias entre a administração pública e as Govtechs. Segundo o texto da lei federal, um dos objetivos do Marco Legal é o “incentivo à contratação, pela administração pública, de soluções inovadoras elaboradas ou desenvolvidas por startups, reconhecidos o papel do Estado no fomento à inovação e as potenciais oportunidades de economicidade, de benefício e de solução de problemas públicos com soluções inovadoras.” 

“As Govtechs estão contribuindo para o desenvolvimento da administração pública. Elas auxiliam no combate à corrupção, eficiência fiscal, maior transparência ao cidadão e na transformação urbanística sustentável e tecnológica”, diz Catão. Segundo ele, a pandemia provocou aumento em serviços virtuais, não apenas no setor privado, mas também no público. “A busca por zerar o uso do papel tem aumentado, principalmente para reduzir o impacto climático. As Govtechs têm a intenção de automatizar os processos, auxiliar com a eficiência fiscal e questões energéticas, entre outras soluções”, afirma Catão. 

A chegada do 5G deve contribuir para as Govtechs dedicadas, por exemplo, à criação e administração de cidades inteligentes. “Imagine um cenário onde uma câmera ligada na cidade e no semáforo identifica uma cena de violência. Ela faz um reconhecimento facial, envia as informações para o cento de operações e as autoridades podem se conectar mais rápido com os seus pares que estão mais próximos do local. Esse é só um exemplo de como um 5G pode contribuir com avanço das Govtechs”, exemplifica Catão. 

 

Fonte: Agência EY