Carlos Dornellas: Energias limpas devem se destacar em 2023

Mais de 90% dos 12,1 GW adicionais previstos para o ano que vem serão gerados por usinas solares e eólicas.

Carlos Dornellas - Technical and Regulatory Director - Associação  Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica - ABSOLAR | LinkedIno diretor da Absolar, Carlos Dornellas (Foto: Divulgação)

O Brasil deve viver mais um ano de “boom” na geração de energia limpa em 2023. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que, dos 12,1 gigawatts (GW) de energia adicionais previstos para serem incorporados ao sistema energético nacional no ano que vem, 10,96 GW serão gerados por usinas eólicas e solares – 90% do total.

O levantamento foi feito pelo jornal “O Globo”, a partir de dados oficiais da Aneel. Entre os fatores para essa expansão, estão o interesse de investidores estrangeiros em investirem em energia limpa, entrada em operação de novas usinas e o potencial de crescimento das duas matrizes, dada à boa incidência de sol e ventos em grande parte do território nacional on e off shore (em alto-mar). A potência dos parques eólicos deve crescer mais 4,58 GW. Nas usinas solares, o acréscimo será de 6,38 GW.

Fatores como preços mais acessíveis deste tipo de energia e a atenção das empresas voltadas às práticas ESG (ambientais, sociais e governamentais) também impulsionam o mercado de energias renováveis.

Estudos recentes mostram que a energia solar instalada no país já supera matrizes mais poluentes, como as usinas termelétricas movidas por biomassa ou gás natural.

Segundo estudo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a potência operacional da energia solar fotovoltaica ultrapassou a das termelétricas de gás natural e de biomassa, tornando-se a terceira maior fonte na matriz elétrica nacional, atrás apenas da hídrica e eólica. O estudo considerou a análise das matrizes separadamente.

Para o diretor da Absolar, Carlos Dornellas, o avanço da matriz solar é fundamental para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do Brasil. “A fonte ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do País, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos”, diz Dornellas.