Avanço das energias renováveis vai intensificar competição por minerais críticos em 2025

A nova dinâmica global de energia criará ou potencializará uma série de oportunidades para o setor de mineração, que precisa estar preparado para aproveitar o momento. (Foto: Unsplash)

O avanço global das energias renováveis impulsiona a demanda por minerais críticos neste ano, de acordo com o estudo “2025 Geostrategic Outlook”, elaborado pela EY-Parthenon. Essa nova dinâmica global de energia vai criar ou potencializar uma série de oportunidades para o setor de mineração, especialmente em países produtores como Brasil, Chile, China, Rússia, Peru e Indonésia. Já em relação ao refino desses minerais críticos, a China se destaca, ainda segundo o levantamento. Os minerais críticos considerados nessa análise foram cobre, cobalto, lítio, níquel, grafite e elementos de terras raras com propriedades magnéticas.

Nos últimos cinco anos, o crescimento da geração anual de energia renovável foi de 6,2%, enquanto as não renováveis avançaram 1,2%, de acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA, na sigla em inglês). A demanda por cobre deve dobrar até 2035, exigindo das mineradoras uma solução que não se resuma à abertura de novas minas. Já a demanda por lítio deve crescer 910% até 2050. Essas projeções estão disponíveis no estudo “If every energy transition is different, which course will accelerate yours?”, elaborado pela EY.

Ainda segundo esse levantamento, a energia verde vai dominar a geração global de eletricidade até 2038 e representará 62% da matriz energética até 2050. A capacidade de energia renovável vai aumentar no mundo para 2 mil GW no fim desta década, volume equivalente às capacidades atuais somadas de China e Europa.

O desafio para as empresas de mineração é aproveitar esse momento favorável proporcionado pela alta demanda por esses minerais críticos. Os executivos devem estar atentos às particularidades de produção das matrizes renováveis, bem como às políticas governamentais cada vez mais comuns de incentivo a essas fontes de energia, com destaque para a solar e eólica. A produção dos painéis solares e das pás eólicas, por exemplo, demanda esses minerais críticos.

A energia solar, com um ritmo acelerado de crescimento, já representa desde o início de 2023 a segunda maior fonte da matriz elétrica nacional. A previsão da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) é que o setor de energia solar adicione neste ano 13,2 GW de potência instalada no Brasil, o que, em caso de confirmação, representará um crescimento de 25% sobre os atuais 51,5 GW.

Adoção da IA

“A transição energética está impulsionando a adoção da inteligência artificial na indústria de mineração para agilizar a extração dos minérios necessários para os equipamentos das fontes renováveis, como o cobre, mas também o lítio encontrado nas baterias, tornando esse processo mais produtivo sem comprometer a sustentabilidade”, conforme observou Thierry Mortier, líder global de Digital e Inovação para Energia e Recursos Naturais da EY, em reportagem que faz parte da série da Agência EY sobre IA.

Sua avaliação está em consonância com o estudo sobre riscos e oportunidades para empresas de mineração e metais em 2025, elaborado pela EY. De acordo com esse levantamento, as empresas de mineração devem continuar, a partir da tecnologia, desenvolvendo maneiras melhores de extrair e otimizar minerais e metais essenciais para atender à crescente demanda e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente. Há um desafio nesse processo, que é o aumento dos custos de extração por causa da dificuldade cada vez maior de encontrar determinados minerais.