Brasil viabiliza mais de R$ 64 bilhões em investimentos de geração solar em 2022, diz estudo da Greener

Pesquisa aponta que, apesar de queda na atratividade por conta das novas regras do setor, geração própria de energia ainda é vantajosa para o consumidor final.

energia solarVolume é 73% maior do que o mesmo período do ano anterior. (Foto: Pixabay)

O volume de módulos fotovoltaicos (FV) demandados pelo mercado brasileiro para atender a geração solar ultrapassou os 17 GW em 2022, viabilizando investimentos superiores a R$ 64 bilhões, tanto para geração distribuída (GD) quanto para geração centralizada (GC), um crescimento de 73% em relação ao mesmo período do ano anterior, que registrou 10,3 GW. É o que revela o Estudo GD do Mercado Solar, realizado pela Greener.

A pesquisa, feita com quase 5 mil integradores de todo o país, também mostra que as mudanças nas regras de geração distribuída, que passaram a vigorar em janeiro deste ano, trouxeram leve queda na atratividade dos sistemas FV residenciais e comerciais. No entanto, para 60% dos integradores, a expectativa para 2023 é de que as empresas vendam acima de 100 kWp. "Apesar da nova realidade regulatória, a geração solar própria continua sendo um investimento rentável e vantajoso para o consumidor final", avalia Marcio Takata, diretor da Greener.

Em 2022, o volume importado [MWp] de módulos fotovoltaicos representou investimentos acima de R$ 64 bilhões para GD e usinas solares de grande porte. O preço dos sistemas FV para o consumidor final teve queda média de 12% no período. A diminuição dos custos dos módulos e o elevado nível de estoque de equipamentos no atacado foram fatores que contribuíram para essa redução.

Mesmo com o forte crescimento do setor e da redução no preço dos sistemas FV, 2022 mostrou queda na participação do financiamento bancário, responsável por 22% das vendas efetuadas no período, frente a 57% em 2021. Esse resultado decorreu da alta da taxa de juros e do cenário de incertezas políticas e regulatórias.

Os juros altos também foram citados como o maior desafio enfrentado por empresas do setor (26%) em 2022, seguidos pelo aumento da concorrência (21%), reflexo do fluxo de novas empresas integradoras no mercado, e da aprovação de crédito por parte dos bancos (15%).

O Estudo GD do Mercado Solar ouviu 4.938 empresas integradoras entre 28 de novembro de 2022 e 17 de janeiro de 2023.

O estudo completo pode ser acessado aqui.