Apenas 4% das marcas se importam com número de seguidores para fechar 'publi' com influenciadores
Diretor de talentos internacionais da Viral Nation, Fabio Gonçalves explica por que quantidade não é mais um fator decisivo para empresas na hora de selecionar creators.
Especialista explica por que quantidade não é mais um fator decisivo para empresas na hora de selecionar creators. (Foto: Unsplash)
Quais são os fatores que influenciam uma marca na decisão de escolher um criador de conteúdo para fechar uma campanha publicitária? De acordo com a pesquisa ROI & Influência 2024, realizada pela YouPix e Nielsen, as marcas priorizam a relação e a credibilidade do creator com seu público-alvo ao escolher um alvo. Traduzindo em números, 57% das empresas apontam a afinidade do público-alvo com o target que a marca almeja dialogar como fator principal na seleção dos influenciadores.
Critérios como confiança e credibilidade com a audiência, criatividade e originalidade na criação do conteúdo, taxa de engajamento, reputação positiva e harmonia dos valores e princípios com os da marca em questão foram outras razões apontadas pelas empresas que ultrapassaram a marca de 30% das escolhas no levantamento. Outrora tida como parâmetro fundamental no fechamento de campanhas, a quantidade de seguidores do influenciador só importa para 4% das marcas.
Isto posto, o que explica a quase inexistente relevância do número de seguidores, como fator para as marcas, é o engajamento superficial. Conforme a análise de Fabio Gonçalves, diretor de talentos internacionais da Viral Nation Talent, agência especializada em Marketing de Influência, com o tempo as marcas perceberam que muitos seguidores não garantia engajamento real. Além disso, o tempo mostrou que esse número pode ser bem enganoso.
“No início, o objetivo principal das marcas era alcançar o maior número possível de pessoas e acreditava-se que quanto maior o número de seguidores, maior seria o alcance. A lógica era simples. Mas ao passar dos anos, com muita análise do mercado, observamos que muitas campanhas não resultaram no nível esperado de interação ou conversão. Isso porque diversos influenciadores tinham seguidores inativos ou comprados. Essa questão de seguidores falsos foi uma das razões principais para a queda brusca no foco desse número. A presença de bots e contas falsas inflou artificialmente o número de seguidores, sem adicionar valor real às campanhas”, explica o especialista.
“Um influenciador com uma audiência menor, mas altamente engajada, pode ter um impacto muito maior do que alguém com milhões de seguidores que interagem pouco. O engajamento – likes, comentários, compartilhamentos – indica um público que confia e se conecta com o influenciador, tornando as campanhas mais eficazes. Os consumidores estão cada vez mais críticos e procuram autenticidade. Influenciadores com seguidores fiéis que confiam em suas recomendações têm mais poder de persuasão. As marcas preferem esses influenciadores autênticos que podem criar uma conexão genuína com o público-alvo”, acrescenta.
Dessa forma, o caminho nunca esteve tão aberto para micro e nano influenciadores no mercado. Segundo o agente, estes são vistos como mais acessíveis e confiáveis, e suas recomendações são percebidas como mais sinceras, resultando em taxas de conversão mais altas para as marcas. Fabio conclui ressaltando a qualidade do conteúdo como um fator muito mais preponderante que a quantidade e destaca a profissionalização cada vez maior do segmento.
“Marcas procuram criadores que possam contar histórias envolventes e criar conteúdos visuais atraentes. Um influenciador com habilidades de produção de alta qualidade pode aumentar significativamente o impacto de uma campanha, independentemente do número de seguidores. A qualificação do setor de análise também deve ser destacada. As empresas agora têm acesso a uma variedade de métricas e dados detalhados para além do número de seguidores. Alcance real, taxas de engajamento, impressões e retorno sobre investimento (ROI) permitem que as empresas façam escolhas mais informadas baseadas no desempenho real, ao invés de apenas números soltos e superficiais”, finaliza.