Macron defende Brasil na OCDE durante reunião com empresários do LIDE
Em encontro organizado pelo LIDE, o presidente francês se reuniu com uma comitiva de 35 empresários na manhã desta quinta-feira (12), no Palácio Élysée, em Paris.
Presidente Emmanuel Macron em evento organizado pelo LIDE. (Foto: Laurent Blevennec / Présidence de la République)
Trinta e cinco empresários de grandes corporações brasileiras tiveram um encontro exclusivo com o presidente da França, Emmanuel Macron, na manhã desta quinta-feira (12), no Palácio Élysée, em Paris. O Rencontre France Brésil, organizado pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, em parceria com CNI (Confederação Nacional da Indústria), FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), FIEMS (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), contribuiu para ampliar as relações bilaterais e antecipar importantes diálogos ambientais que serão abordados na COP 30, em 2025.
“Neste encontro, o presidente Emmanuel Macron tratou de temas bilaterais de todos os aspectos, tanto na agroindústria, quanto nos setores de tecnologia, ciência, pesquisa, inovação, defesa, segurança aeroespacial e turismo. Foi um verdadeiro show conhecimento, eficiência e carinho pelo Brasil. Macron fez, ainda, uma defesa importante da entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O presidente também sinalizou que gostaria que as empresas francesas ampliassem seus investimentos no Brasil, porque confia nessa bilateralidade”, destacou o co-chairman do LIDE, João Doria.
A OCDE foi criada em 1960 e, hoje, conta com 38 membros da Europa, Américas, Ásia e Oceania, além de manter relações com mais de 70 países não-membros. Com sede em Paris, a organização é estruturada em diretórios que atual nas áreas social e econômica, pautando temas como macroeconomia, comércio, desenvolvimento, educação, ciência e inovação.
Luiz Fernando Furlan, chairman do LIDE, e presidente Emmanuel Macron. (Foto: Laurent Blevennec / Présidence de la République)
A OCDE fomenta a boa governança estatal e empresarial, o desenvolvimento social e o crescimento econômico por meio de cooperação institucional e política. Para projetar um crescimento econômico sustentável, com inclusão social e preservação do meio ambiente, o Brasil tem se aproximado cada vez mais da organização.
“O presidente Emmanuel Macron é um amigo do Brasil e um entusiasta das atividades que nós temos de descarbonização. O Brasil tem, ainda hoje, mais de 60% da cobertura vegetal original, desde a ocasião do descobrimento. São poucos os países que mantêm essa biodiversidade. Hoje, mais de 90% da energia no Brasil vem de fontes renováveis e isso é, certamente, um grande exemplo para o mundo”, destacou Luiz Fernando Furlan, chairman do LIDE.
João Doria Neto, presidente do LIDE, disse que a nova geração de líderes empresariais têm a missão de contribuir para firmar novas oportunidades. "Existe mais potencial que pode ser explorado [na relação entre os dois países]. O empresário brasileiro precisa ser mais incisivo e mais confiante com o setor produtivo francês".
Cooperação bilateral do setor produtivo
A França tem relações comerciais de longa data com o Brasil, como lembrou o presidente do LIDE França, Pedro Antônio Gouvêa, enfatizando o potencial de investimentos de longo prazo no país com segurança. “Os franceses estão no Brasil há muito tempo: Saint-Gobain há 100 anos, Loreal há 70 anos, Carrefour há 50 anos. As empresas francesas não deixaram de investir no Brasil, e as empresas brasileiras começaram a investir na França”.
Macron defende Brasil na OCDE durante reunião com empresários do LIDE. (Foto: Laurent Blevennec / Présidence de la République)
Gouvêa frisou a importância da conversa estabelecida com o líder francês.
“No encontro, falamos sobre três pontos essenciais: a condição do Brasil liderar a pauta ambiental; a matriz energética, que não há nenhuma outra no mundo como a brasileira; e o humanismo, que é essencial também no capitalismo. Em relação ao agro, destacamos a importância de não o ver como vilão, já que o Brasil dá de comer ao mundo. Macron compartilha de todas essas opiniões. Não existe democracia sem diálogo”, completou o presidente do LIDE França.
“Em breve, o Brasil será o presidente da COP30. Vai ser um momento muito decisivo, no qual o Brasil tem de mostrar que tem autonomia, capacidade de apresentar sua cultura e valorizar seu patrimônio, e sua história ancestral. O mundo inteiro passa a olhar para o Brasil de maneira diferente. Tem de parar essa visão imperialista do mundo do Norte. Nós, estando no hemisfério Sul, temos que ter reconhecimento para o que o nós fazemos. O Brasil, hoje, tem uma máquina transformadora e o presidente [Emmanuel] Macron tem visto tudo isso”, disse o CEO da Cidade Matarazzo, Alex Allard, parte da comitiva que se reuniu com o presidente francês.
Macron, Alex Alard e CEO da Azzas 2154 Alexandre Birman. (Foto: Laurent Blevennec / Présidence de la République)
CEO da Azzas 2154, a fusão entre os grupos Arezzo e Soma, Alexandre Birman fez alusão à importância da França como berço da moda e a herança que o país deixa também para a América do Sul.
“Nosso principal objetivo é trazer um valor que poucas pessoas conhecem. O valor do brasileiro está na nossa criatividade. Nosso objetivo de longo prazo é aprender com o que Luís XIV (1638-1715) fez há alguns séculos: envelopar o luxo francês e apresentá-lo ao mundo. Chegou a nossa vez. Nós temos esse insumo da criatividade, então é a hora do Global-Sul. É a hora de colocar o Hemisfério Sul no protagonismo”, afirmou Birman.