Empresas de energia valorizaram em 20% nos últimos quatro anos, revela estudo da PwC

Estudo avalia mais de 3 mil empresas no mundo que atuam nos segmentos de O&G, energia, saneamento e distribuição.

Adriano-Correia-3-Divulgacao-PwC-Brasil-scaledAdriano Correia, sócio e líder para a indústria de energia e serviços de utilidade pública, na PwC Brasil. (Foto: Divulgação)

A valorização das empresas de energia, nos últimos quatro anos no Brasil, girou em torno de 20%, além disso, aquelas que agregaram energias renováveis no seu portfólio passaram a valer 25% mais que aquelas que mantiveram uma matriz energética tradicional. Estes são alguns insights e tendências setoriais levantadas pela Strategy &, consultoria estratégica da PwC no estudo “Industry Insights Energy & Utilities”.

O levantamento ouviu mais de 3 mil empresas no mundo, incluindo o Brasil, que atuam nos segmentos de óleo e gás, energia, saneamento e distribuição. No Brasil, a representatividade do setor elétrico é de 72% do total, enquanto a média global é de 43%.

Sobre a valorização das empresas que possuem fontes de energias renováveis no seu portfólio, o sócio e líder para a indústria de energia e serviços de utilidade pública, na PwC Brasil, Adriano Correia, explica que, em termos de negócio, havia uma preocupação que hoje não se justifica. “As renováveis seguem o caminho de crescimento em eficiência, retorno e expansão de plantas no país, não há como retroceder nessa pauta”, avalia.

“Esta valorização das empresas de renováveis é importante não só para o portfólio, mas para o planeta”, completa Adriano Correia. O sócio da PwC Brasil diz ainda que antes, em termos de negócio, havia uma preocupação em ter renováveis no portfólio, devido aos custos, mas que hoje é perceptível que oferecer esta alternativa de ativo valoriza o negócio.

Renováveis: desempenho maior que fósseis

As empresas de geração renovável desempenharam melhor que as fontes fósseis na maioria dos quesitos, com maior múltiplo, retorno médio e estabilidade nos resultados, aponta o estudo.

No entanto, as fontes fósseis apresentam maior crescimento devido a questões de segurança no abastecimento global. Já em questão de posicionamento estratégico, as empresas com estratégias mais assertivas e maior dinamismo e flexibilidade - tipicamente especializadas ou de pequeno porte - apresentaram melhor precificação e crescimento, enquanto as integradas e de grande porte possuem resultados mais sólidos e expressivos.

Outro aspecto considerado no levantamento da PwC foi o fato de que os avanços tecnológicos tornam as fontes renováveis cada vez mais acessíveis e confiáveis (como baterias e biocombustíveis) e que a transição energética, a regulação do carbono e os recentes conflitos internacionais contribuem para a instabilidade dos preços dos combustíveis fósseis.

A análise da Strategy& comparou os anos de 2018 a 2022 e mostra que, globalmente, o setor de energia e utilities já recuperou o nível pré-pandemia, em receita e valor de mercado, e a tendência de crescimento segue bem acima da inflação. O objetivo foi compreender as tendências setoriais, de mercado e os principais fatores de sucesso dentro do setor. Segundo Adriano Correia, o Brasil ainda enfrenta desafios de competitividade (desvalorização cambial), mas, em moeda local, acompanhou o crescimento global.

"Importante dizer que companhias que trabalham de forma integrada (Petróleo, Gás e Renováveis) têm uma maior resiliência de negócio, principalmente quando lembramos as adversidades nos últimos anos como pandemia, conflitos internacionais, ou seja, ter um portfólio completo e integrado de renováveis e não renováveis é importante para ter resiliência e enfrentar as crises", completa Adriano Correia.