Combustível é item mais citado pelo consumidor em relação ao aumento do preço
Maioria diz ter percebido elevação desse gasto, de acordo com o estudo Future Consumer Index (FCI), produzido pela EY, que entrevistou mais de 21 mil pessoas em 27 países, incluindo o Brasil.
Levantamento mapeia o comportamento do consumidor para identificar tendências de mercado. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
A maioria dos consumidores (79%) percebeu aumento do preço do combustível, assim como em relação a alimentos básicos (arroz e trigo, por exemplo) e frescos e embalados, que obtiveram porcentagem semelhante de respostas (78%), revela o estudo Future Consumer Index (FCI), produzido pela EY. Já 75% tiveram a mesma percepção em relação aos produtos eletrônicos.
O levantamento foi realizado entre os dias 16 de março e 14 de abril deste ano, com a participação de pouco mais de 21 mil respondentes provenientes de 27 países, incluindo o Brasil. O FCI, que é produzido periodicamente, mapeia o comportamento do consumidor ao longo do tempo para identificar tendências de mercado. O propósito é fornecer uma perspectiva dos movimentos que são resultado de reações temporárias e daqueles que indicam realmente alterações consistentes no mercado de consumo.
Impulsionados pelo crescimento da inflação em escala global, especialmente durante e logo após a pandemia, embora esteja em trajetória de queda no Brasil, e por uma necessidade crescente de enxugar o orçamento, os consumidores perceberam que as marcas próprias podem satisfazer suas necessidades, conforme constatou o FCI. Nesse contexto, as marcas que não são próprias precisam encontrar formas de se diferenciar para que possam justificar o preço mais alto cobrado nas gôndolas.
Ascensão das marcas próprias
Quase seis em cada dez brasileiros (59%) dizem que marcas próprias estão ajudando a economizar dinheiro, pouco abaixo da média global registrada pelo estudo (63%). Esta última é, aliás, a mesma porcentagem de brasileiros que dizem que as marcas próprias satisfazem suas necessidades da mesma forma que outras marcas (65% no mundo).
Além disso, 84% dos respondentes na amostra brasileira consideram que algumas marcas diminuíram o tamanho das suas embalagens, mantendo ou elevando, no entanto, os preços dos produtos (74% no mundo). Por fim, 66% dizem que as marcas próprias estão sendo posicionadas na altura dos olhos pelas lojas nas gôndolas (55% no mundo), o que pode indicar que as varejistas perceberam esse movimento de aumento do potencial de vendas das marcas próprias.
Apesar de estar em crescimento, a participação de mercado das marcas próprias ainda é muito baixa no Brasil, com apenas 1% do total das vendas no varejo, de acordo com dados de 2022 da Euromonitor. Espanha, com 26%, Reino Unido, com 24%, Holanda, com 23%, e Alemanha, com 22%, lideram esse ranking.