Empresas querem ter lideranças flexíveis, empáticas e focadas em pessoas
Estudo da NTT DATA mostra que 60% das organizações desejam líderes centrados em pessoas. Mas apenas 5% dos colaboradores têm uma relação de coaching com seus líderes.
Estudo analisou os padrões de trabalho de empresas de nove países da América Latina. (Foto: Unsplash)
Nos últimos anos, organizações de diferentes setores enfrentaram mudanças sem precedentes nas formas de trabalho, com predominância para o trabalho remoto e uma tendência crescente para modelos híbridos. É nesse cenário que as práticas de People Analytics vêm ganhando importância. Elas permitem a coleta de dados dos colaboradores e sua conversão em informações práticas que permitem implementar estratégias de bem-estar e desenvolvimento de carreira para atrair e reter os melhores talentos do mercado.
Para entender esse cenário, a NTT DATA, empresa global de serviços de TI com foco em inovação digital, acaba de divulgar os resultados de seu estudo "People Analytics: decifrando o novo comportamento do colaborador digital", que analisou os padrões de trabalho de 3.370 pessoas em empresas de grande porte e multinacionais em nove países da América Latina, entre eles o Brasil.
Esse novo ambiente de trabalho exige uma redefinição da dinâmica do relacionamento entre líderes e colaboradores para promover uma fusão entre trabalho e vida pessoal que se concentre na criação de um equilíbrio que promova o bem-estar e mantenha uma constante comunicação. A consolidação de uma liderança centrada em pessoas, autêntica, empática e flexível é uma prioridade para 60% das organizações pesquisadas.
“O profissional do futuro tem um perfil flexível, que se adapta às mudanças e à inovação, busca a aprendizagem contínua, apresenta pensamento analítico e habilidades para compreender o mundo e o mercado em que atua”, diz Daisy Pinheiro, head de Talent e Transformation da NTT DATA Brasil. O estudo mostrou que, para atrair a atenção desses perfis, 80% dos líderes de RH consideram a cultura organizacional e o posicionamento como empregador digital como fatores críticos, enquanto 82% acreditam que devem incorporar a flexibilidade à proposta de valor, índice que cai para 58% entre aqueles que acreditam que devem se concentrar em treinamento e desenvolvimento.
Ao mesmo tempo, é importante monitorar o que acontece na organização. O estudo identificou, por exemplo, que 25% dos colaboradores trabalham mais de cinco horas por semana fora do horário de trabalho e outros 52% trabalham entre uma e cinco horas por semana. A análise desses dados nos permite entender não apenas o quanto um modelo é flexível, mas também prever possíveis problemas, como o esgotamento dos colaboradores. O esgotamento pode vir de outras fontes, como foi constatado no relatório, onde 22% dos colaboradores têm menos de 20 horas por semana para se concentrar, ou seja, períodos de duas ou mais horas consecutivas sem reuniões.
“Administrar corretamente a jornada de horas das equipes é fundamental para um ambiente de trabalho saudável e produtivo”, diz Daisy. Do mesmo modo, dentro do enorme desafio de gerar engajamento e promover a cultura entre os colaboradores remotos, o estudo constatou que apenas 5% dos colaboradores têm uma relação de coaching com seus líderes, ou seja, uma interação one-to-one (1:1) de pelo menos quinze minutos. Identificou-se que 37% dos colaboradores não dedicam um único minuto da semana para participar de reuniões com seus gestores.
A pesquisa também constatou que:
• As organizações que são cada vez menos burocráticas e promovem mudanças ágeis permitem que suas equipes tenham tempo disponível em sua agenda para criar.
• A ultraconexão dos colaboradores com a tecnologia aumenta o risco de burnout.
• Para 69% dos colaboradores, o modelo de trabalho preferido tem sido o híbrido, em comparação com apenas 9% que optam pelo modelo presencial.
Confira pesquisa completa aqui.