IA ainda não é capaz de controlar a obesidade, alertam médicos
Especialistas participaram do Seminário LIDE | Obesidade, que discutiu os avanços científicos sobre o controle da obesidade. Evento aconteceu na CASA LIDE, em São Paulo.
Especialistas participaram do Seminário LIDE | Obesidade. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
A tecnologia é uma aliada para o estudo da obesidade, mas a Inteligência Artificial (IA) ainda não é capaz de controlá-la. A conclusão é dos médicos e especialistas que participaram do Seminário LIDE Saúde | Obesidade, que aconteceu nesta segunda-feira (22), na CASA LIDE, em São Paulo.
A nutricionista Luciana Lancha, coordenadora da pós-graduação em comportamento alimentar e coaching nutricional pela plenitude Educação, disse que o estigma da obesidade é um desafio para médicos e pacientes. "Não sei se AI é ou será capaz de desenvolver padrões para controlar a obesidade", pondera.
Nutricionista Luciana Lancha. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
"Estamos falando de um universo muito grande, que é o indivíduo (o paciente). E temos de lembrar que as pessoas, ao querer buscar ajuda, não se motivam pelo medo - como um infarto, por exemplo. A gente precisa usar as informações para sensibilizar as pessoas de alguma outra maneira", alertou Luciana Lancha.
Para o médico endocrinologista Bruno Halpen, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), o uso da AI pode reconhecer dados que hoje a literatura médica não é capaz de identificar. "Hoje, o IMC não é o mais e a melhor forma de medir o grau de impacto de gordura no indivíduo", afirmou.
Nutricionista Marcia Terra. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Para a nutricionista Marcia Terra, diretora da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), a IA pode contribuir, entretanto, no processo de alimentação. "Justamente para quebrar a barreira de sabor para algumas pessoas, que têm aversão a alguns tipo de alimento", ponderou.
O presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, o médico Sidney Klajner, disse que obesidade envolve diversos fatores, tais quais estilo de vida e genética. "E a AI vai depender de dados, que nem sempre são perceptíveis ao olhar humano. Sou otimista e entendo que vai nos ajudar nessa questão".
Presidente do Albert Einstein, o médico Sidney Klajner. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Prevenção
O médico-coordenador do Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares (Cenda) e do Instituto Pensi, Mauro Fisberg, exemplicou a problemática voltada à juventude. "O prognóstico da obesidade infantil não é igual ao que tínhamos anos atrás. Uma criança obesa é, sim, um possível adolescente obeso e um adulto obeso".
A médica Beatriz Semer, assistente do Departamento de Endocrinologia Pediátrica do Instituto da Criança HCFMUSP, reiterou a preocupação da nova realidade para crianças e adolescentes. "Vivemos, hoje, numa outra realidade alimentar. É importante que a gente traga essa discussão, também, para dentro das casas das pessoas".
Médico-coordenador do Cenda e do Instituto Pensi, Mauro Fisberg. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Desta maneira, o médico infectologista Jean Gorinchteyn, ex-secretário de Saúde do Estado de São Paulo, lembrou que "um indivíduo obeso não é, necessariamente, bem nutrido". Para ele, é preciso conscientizar e prevenir levantando a discussão desde ambientes educacionais básicos até o meio científico e político.
Médica Beatriz Semer, assistente do Departamento de Endocrinologia Pediátrica do Instituto da Criança HCFMUSP. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
O Seminário LIDE Saúde | Obesidade teve patrocínio de Dasa e TechnoGym, e apoio do Alberto Einstein. Os mídia partners são Grupo Jovem Pan, Jovem Pan News, Revista LIDE e TV LIDE. Os fornecedores oficiais são Eccaplan, Lica Cinelli, Natural One, Prata e Rochinha Sorvetes. Os operadores de tecnologia são Netglobe, RCE Digital, TCL Semp e The Led.