Internações por covid-19 em hospitais privados aumentam em São Paulo

Levantamento é do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios.

Um levantamento feito pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) mostrou que 44,74% dos hospitais privados do estado tiveram aumento das internações de pacientes com o novo coronavírus nos últimos 15 dias. Os dados também mostram que 46,06% registraram aumento no número de diagnósticos da covid-19 neste mesmo período.

“Este é um indicativo de que o número de casos vem aumentando e de que aquela tendência da curva de baixa está dando um pico. Não significa ainda que inverteu, mas aparentemente, por enquanto, é só um pico e precisamos ter muita atenção em relação a isso. Pelo desenho epidemiológico, não estamos vivenciando uma segunda onda de covid. Estamos, talvez, em um momento de repique de casos ainda da primeira onda”, disse o presidente do SindHosp, Francisco Balestrin.

Para o médico, o aumento de casos pode ser atribuído ao fato de que possa ter havido um relaxamento da população com as medidas de segurança, tanto as individuais (uso de máscara, distanciamento social, lavagem das mãos) como as coletivas (evitar aglomerações, restaurantes manterem distanciamento entre as mesas, shoppings centers limitando número de pessoas).

“Eu noto um relaxamento disso e essa falta de civilidade nossa está cobrando o preço agora. Existe também um percentual das pessoas que são negativistas e sempre refratárias a tudo, mas a grande parte das pessoas ouve as autoridades sanitárias, políticas, líderes empresariais, setoriais. Se essas lideranças não se conscientizarem e passarem uma visão correta, muitas pessoas seguirão o inadequado. Uns porque vão seguir mesmo e outros porque vão entender que a situação já está sob controle", observou.

A pesquisa foi respondida por 20% dos 383 hospitais privados não filantrópicos de 17 regiões administrativas do estado de São Paulo, totalizando 76 unidades com 7.516 leitos. Dessas, 71% se disseram preparadas para o atendimento de pacientes com covid-19, mantendo os atendimentos a pacientes não covid-19 e os procedimentos eletivos.

Segundo Balestrin, no início da pandemia, um dos motivos para que a quarentena fosse mais rígida foi que os hospitais não se sentiam preparados para atender os pacientes com covid-19, o que ocasionou filas, mortes e as imagens de covas sendo abertas em série para comportar o número de óbitos.

"Seis meses depois temos os hospitais preparados, todos já aprenderam a fazer o fluxo de pacientes separados, o que é muito importante, porque não paralisa o atendimento dos outros pacientes. O que aconteceu em março foi que paramos o atendimento daqueles que tinham outros problemas e essas pessoas acabaram piorando porque não foram operadas ou consultadas a tempo”, ressaltou Balestrin.