Maurício Serpa: 'O futuro do SUS é digital e baseado em dados'
Lideranças discutiram caminhos para fortalecer o Sistema Único de Saúde, com foco em inovação tecnológica, parcerias e justiça social.
Maurício Serpa, secretário adjunto da Secretaria de Saúde de São Paulo. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
O Seminário LIDE Saúde reuniu especialistas, autoridades e empresários, em São Paulo, para discutir o futuro do Sistema Único de Saúde (SUS), abordando os desafios da gestão, as oportunidades da tecnologia e a importância da equidade no acesso à saúde. O evento contou com representantes do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde de São Paulo, do Hospital Israelita Albert Einstein e de outras instituições privadas.
Cláudio Lottenberg, head do LIDE Saúde. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Head do LIDE Saúde, Cláudio Lottenberg destacou o valor simbólico e prático de reunir, em um mesmo espaço, representantes que ajudaram a construir o SUS. “O SUS é fruto do sonho de pessoas que acreditaram que saúde é um direito social, não apenas uma prestação de serviço. Temos hoje aqui pessoas que foram fundamentais nessa construção”, disse Lottenberg.
Adriano Massuda, secretário-executivo do Ministério da Saúde. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Adriano Massuda, secretário-executivo do Ministério da Saúde, anunciou que o Ministério lançará ainda em maio um pacote de iniciativas para expandir a atenção especializada, integrando melhor os setores público e privado.
“O SUS é uma luta pela mudança do nosso país. Não queremos um SUS pobre para pobres, mas um sistema que seja instrumento de justiça social e desenvolvimento econômico.”
O papel da tecnologia e das parcerias
Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein, apresentou diversas iniciativas tecnológicas desenvolvidas pela instituição, muitas delas voltadas ao SUS, como o uso de inteligência artificial para apoiar médicos da atenção primária na região Norte e projetos de diagnóstico remoto de doenças como leishmaniose.
“Estamos levando inovação para regiões remotas, como Manaus, com projetos que usam IA para prevenir mortalidade materna e tratar doenças negligenciadas. Isso é equidade real,” afirmou Klajner.
Maurício Serpa, secretário-adjunto da Saúde de São Paulo, defendeu o uso intensivo de dados para melhorar a gestão pública.
“Não posso mais tomar decisões com base em ‘feeling’. Estamos integrando sistemas e criando um repositório único, porque só assim poderemos prever e atender demandas reais. O futuro do SUS é digital e baseado em dados”
Lideranças discutiram caminhos para fortalecer o Sistema Único de Saúde, com foco em inovação tecnológica, parcerias e justiça social. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
O SUS como plataforma de integração
Jean Gorinchteyn, ex-secretário estadual de saúde de São Paulo, apontou para o desafio do financiamento. “Como posso usar dois milhões de reais num tratamento, se deixo de atender milhares de crianças na atenção primária? Temos que discutir prioridade.”
Walter Cintra concluiu que o SUS é uma conquista civilizatória, mas requer ajustes urgentes: “O Brasil gasta pouco por pessoa com saúde. Precisamos de uma agência única de avaliação tecnológica e de um modelo de cobertura mais realista, tanto para o público quanto para o privado.”