Jerome Cadier: LATAM inicia programa de neutralização de carbono no Brasil para apoiar projeto que conserva 65 mil hectares de Floresta Amazônica

10 mil créditos de carbono adquiridos pela LATAM com a Biofílica Ambipar ajudarão a manter em pé cerca de 2,5 mil árvores do Projeto REDD+ Jari-Amapá.

Em sua estratégia de Sustentabilidade, grupo LATAM tem como metas reduzir 50% das suas emissões domésticas até 2030 e ser uma companhia carbono neutro até 2050. (Foto: Divulgação)

O grupo LATAM Airlines anunciou no último dia 30, a primeira aliança com um projeto para a conservação de um ecossistema icônico do Brasil. Trata-se do Projeto REDD+ Jari-Amapá, uma iniciativa para proteger 65 mil hectares da floresta nos municípios amapaenses de Laranjal do Jari e Vitória do Jari, em plena Amazônia. Em parceria com a Biofílica Ambipar, empresa brasileira focada na conservação de florestas nativas por meio da comercialização de serviços ambientais, a LATAM está adquirindo 10 mil créditos de carbono que ajudarão a manter em pé cerca de 2,5 mil árvores no Amapá.

Os primeiros créditos adquiridos pela LATAM serão utilizados para neutralizar as emissões (mais de 3,3 mil toneladas de CO2) de 240 voos na Ponte Aérea Congonhas–Santos Dumont durante os sete dias do Rock in Rio Brasil 2022, além das atividades da operação do estande da companhia no evento. A LATAM Brasil, vale lembrar, é a companhia aérea oficial do festival que será realizado no Rio de Janeiro entre 2 e 4 de setembro e de 8 a 11 de setembro deste ano.

Conforme explica Jerome Cadier, CEO da LATAM Brasil, “estamos apenas no início da nossa jornada para identificar projetos colaborativos de conservação e compensação de ecossistemas icônicos como a Amazônia brasileira. Nosso desafio é identificar e fazer alianças com projetos que não apenas capturem ou removam CO2, mas que também tragam cobenefícios para todos. É isso que estamos realizando hoje com o Projeto REDD+ Jari-Amapá e essa é apenas a primeira de outras iniciativas que vamos buscar no Brasil”.

 

Jerome Cadier (Divulgação)Jerome Cadier, CEO da LATAM Brasil, fala sobre a nova jornada da empresa para alcançar o netzero até as próximas décadas (Foto: Divulgação)

Em 2021, vale lembrar, o grupo LATAM atualizou a sua estratégia de Sustentabilidade, com metas que serão alcançadas por meio de ações nos pilares de Mudanças ClimáticasEconomia Circular e Valor Compartilhado. Todas as ações estão conectadas com o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). As principais metas da LATAM são: eliminar os plásticos descartáveis ??até 2023, ser uma companhia zero resíduos para aterro sanitário até 2027, reduzir 50% das suas emissões domésticas de CO2 até 2030 e ser uma companhia 100% carbono neutro até 2050. Em sua jornada pela descarbonização, o grupo LATAM trabalha prioritariamente em uma agenda de desenvolvimento do SAF (Sustainable Aviation Fuel), medidas operacionais para a redução das emissões e no investimento em novas tecnologias como aeronaves mais eficientes que contam com o sistema DACCS (Direct Air Carbon Capture and Storage).

Também em 2021, o grupo LATAM já havia anunciado a sua primeira aliança com um projeto de conservação e restauração de outro ecossistema icônico da América do Sul para promover a neutralidade do carbono. No caso, o projeto CO2BIO, localizado na Orinoquia colombiana e que cobre mais de 200 mil hectares de savana inundada.

Os cobenefícios gerados no projeto Redd+ Jari-Amapá

O Projeto REDD+ Jari-Amapá é uma iniciativa de extrema importância para evitar o desmatamento e minimizar seus impactos socioambientais, promovendo cobenefícios ao clima, às comunidades e à biodiversidade local, constantemente ameaçada pela degradação das florestas. O projeto é verificado e validado e pelos principais padrões internacionais de certificação de projetos florestais: o VCS (Verified Carbon Standard) e o CCBS (Climate, Community & Biodiversity Standards). Seu principal objetivo é fomentar a conservação florestal e a redução de emissões potenciais de gases de efeito estufa (GEE) baseado em um modelo de desenvolvimento econômico local que valorize a “floresta em pé”. 

“A indústria aérea é um dos setores que mais emitem gases de efeito estufa e que, infelizmente, ainda não há combustíveis ou tecnologias 100% limpas para emissão reduzida ou zero de carbono para sua operação. Dessa forma, faz grande sentido a LATAM desenvolver iniciativas que apoiam projetos que reduzem ou removem carbono da atmosfera. A LATAM e seus programas de compensação levam mensagens importantes ao mercado: reconhecimento, transparência e responsabilidade com o impacto ambiental em carbono gerado pelas suas viagens, engajamento com seus clientes e funcionários da temática de mudanças climáticas”, afirma Plinio Ribeiro, CEO e cofundador da Biofílica Ambipar.

O Projeto REDD+ Jari-Amapá tem o potencial de reduzir 3.450.270 tCO2eq de emissões de gases de efeito estufa em 30 anos. Os créditos de carbono são gerados pela prevenção do desmatamento total de 65 mil hectares de floresta nativa. O projeto promove a conservação da biodiversidade, garantindo a manutenção dos serviços ecossistêmicos, protegendo as Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVC) e servindo de corredor ecológico para áreas preservadas da região, protegendo 133 espécies de fauna e 54 espécies de flora ameaçadas, incluindo uma parcela de espécies endêmicas.

Clique aqui para mais imagens do Projeto REDD+ Jari-Amapá (crédito: Biofílica)

A iniciativa também beneficia 33 famílias por meio da intensificação dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural, bem como no oferecimento de treinamento voltado ao viés de produção, organização social, cooperativismo, liderança e gestão financeira, desenvolvendo habilidades técnicas e profissionais. Essas famílias tradicionais rurais trabalham com agricultura familiar de subsistência e agroextrativistas, além de servirem como um corredor ecológico, que conecta diferentes Unidades de Conservação (UCs). Assim, as atividades do projeto fomentam a conservação florestal por meio da extração sustentável de produtos da floresta (como o açaí), da geração de renda local e promoção do bem-estar social, da redução do êxodo rural e marginalização social urbana, da conservação da biodiversidade e da promoção de pesquisas científicas relacionadas.

Latam e Rock In Rio Brasil mais sustentáveis

Além de usar os créditos de carbono para neutralizar as emissões de mais de 3,3 mil toneladas de CO2 durante os sete dias do Rock in Rio Brasil 2022, a LATAM vai realizar outras ações relacionadas à sua agenda de Sustentabilidade, inclusive com o seu projeto de upcycling (reutilização criativa) de uniformes usados, um negócio de impacto socioambiental que atua por meio da Economia Circular. No Brasil, o projeto é realizado em parceria com a Revoada, consultoria sediada em Porto Alegre (RS) e em São Paulo (SP) especializada em upcycling para reduzir o uso de recursos por meio da moda sustentável.

Imagem das artesãs e das bolsas produzidas com os uniformes usados da LATAM (crédito: LATAM/Revoada)

 

Junto com a Revoada, o projeto no Brasil contou com uma estratégia circular para fazer o reaproveitamento de 10 toneladas de uniformes usados pela LATAM, envolvendo diferentes reusos dos materiais e impactando uma rede de mais de 5 mil pessoas, em sua maioria mulheres em situação de vulnerabilidade. Os uniformes transformados foram doados para diferentes ONGs e viraram matéria-prima para a criação de novos produtos em workshops de upcycling realizados em algumas comunidades de periferias. Agora, a LATAM vai distribuir para 176 passageiros de um dos voos na rota Congonhas-Santos Dumont de 10/9, durante o Rock in Rio Brasil 2022, as bolsas confeccionadas com seus uniformes. 

Focado no pilar de Economia Circular, este é um exemplo prático de iniciativa com impacto socioambiental, envolvendo a transformação de resíduos e o empoderamento de mulheres. Todas as bolsas distribuídas aos passageiros pela LATAM são fruto do trabalho de 12 costureiras entre os grupos Copearte, Filhas de Eva e Atelier Emílio das cidades de Porto Alegre e Novo Hamburgo. No total, a rede formada pela Revoada em parceria com a LATAM vai produzir 1 mil bolsas a partir da transformação dos uniformes.

Outra ação prevista será resultado de parceria da LATAM com a Natura, presente na Amazônia há mais de 20 anos por meio de um modelo de negócio baseado na sociobiodiversidade brasileira que já contribuiu para a conservação de 2 milhões de hectares de floresta. Isso porque a LATAM vai distribuir kits com hidratantes da linha Natura Ekos Castanha para todos os 176 passageiros de um dos voos da Ponte Aérea Congonhas–Santos Dumont de 2/9, durante o Rock in Rio Brasil 2022. Hidratantes de Natura Ekos também serão distribuídos aos passageiros de dois voos por dia na Ponte Aérea Congonhas–Santos Dumont em todos os dias do festival.

Outras iniciativas

Em março deste ano, vale lembrar, o grupo LATAM iniciou o programa Sextas Compensam, que, em todas as sextas-feiras, neutraliza a emissão de carbono em 9 rotas emblemáticas da empresa na América do Sul. No Brasil, fazem parte do programa a rota de passageiros da Ponte Aérea Congonhas-Santos Dumont e a rota de cargas Brasília-Belém.

Antes, em janeiro de 2022, o grupo LATAM, por meio do seu programa Voe Neutro, começou a oferecer a seus clientes corporativos a possibilidade de escolher entre um portfólio de projetos com alto valor ambiental para compensar as emissões geradas por suas viagens aéreas. Como parte da proposta e compromisso com o programa, o grupo LATAM iguala o número de toneladas compensadas por seus clientes corporativos, por meio do mecanismo 1+1.