Setor empresarial busca dinamizar parceria Brasil-Japão

CNI e Federação Empresarial japonesa se reúnem nos dias 13 e 14, em Tóquio, para aprofundar relações bilaterais e ampliar investimentos mútuos. Segurança energética e alimentar são destaques na pauta

Setor empresarial busca dinamizar parceria Brasil-JapãoEntre 2019 e 2020, as exportações brasileiras para o Japão diminuíram 24%, acima do observado para o total das exportações brasileiras para o mundo. (Foto: Reprodução Agência de Notícias da Indústria)

Lideranças empresariais do Brasil e do Japão se reúnem nos dias 13 e 14 de setembro, em Tóquio, para discutir oportunidades de cooperação para dinamizar a parceria bilateral e reverter a retração do fluxo comercial entre os dois países. A agenda faz parte da 25ª Reunião Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão, encontro realizado anualmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação Empresarial do Japão (Keidanren). A comitiva brasileira é liderada pelo presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e pelo presidente do Conselho Empresarial Brasil-Japão e CEO da Vale, Eduardo de Salles Bartolomeo. 

O tema sustentabilidade estará em destaque, aquecido pela crise deflagrada pela pandemia de Covid-19, pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, pelo aumento dos preços das commodities e instabilidades no fornecimento de energia e alimentos. Os empresários vão debater oportunidades de comércio para o enfrentamento das mudanças climáticas e garantir a segurança alimentar e energética, e o Brasil desponta como parte da solução dessas questões, visto que é o terceiro maior produtor de alimentos e sua matriz elétrica é composta majoritariamente por fontes renováveis (84,8%). 

Também há expectativa de que os governos dos dois países avancem na conclusão do Acordo de Parceria Econômica Japão-Mercosul. A iniciativa é um importante instrumento para ampliar a diversificação das exportações brasileiras, equalizar condições de competição com países com os quais o Japão tem acordo e levantar barreiras comerciais. Levantamento feito pela CNI demonstrou o país asiático aplica uma tarifa média de 6% no geral aos produtos brasileiros, porém em produtos da agroindústria a média tarifária atinge 16%.

Fluxo comercial e oportunidades futuras

Embora tenha apresentado resultados positivos em 2021, o comércio Brasil-Japão teve seu ápice em 2011 e, desde então, registrou reduções consecutivas ou oscilações nos anos seguintes. Entre 2019 e 2020, as exportações brasileiras para o Japão diminuíram 24%, acima do observado para o total das exportações brasileiras para o mundo, que é de -6%. Também se observa uma tendência de diminuição das importações de bens japoneses de 3% entre 2001 e 2021 (de 5,4% para 2,3% do total importado). 

A similaridade da oferta e da demanda entre os dois países indica oportunidades de comércio permitindo economias de escala e de custo. Há 142 produtos que o Brasil pode exportar atendendo demanda do Japão, com destaque para os setores químico, de alimentos e metalurgia, e 491 produtos que o país asiático pode exportar para o Brasil, principalmente do setor químico e de máquinas e equipamentos. 

O Japão é o 18º principal parceiro comercial brasileiro, com participação de 1,6% na corrente de comércio do Brasil em 2021. Foram US$ 5,5 bilhões de exportações e US$ 5,1 bilhões de importações em 2021. Com a efetivação do acordo, as trocas podem ser ainda maiores.

 

Fonte: Agência de Notícias da Indústria