Diretor Global da Dell afirma que a palavra do próximo ano será agêntico
John Roese, diretor global de Tecnologia e diretor de IA da Dell Technologies, defende que, em 2025, a arquitetura de IA agêntica irá marcar um novo capítulo na interação entre humanos e IA.
John Roese, diretor global de Tecnologia e diretor de IA da Dell Technologies. (Foto: Divulgação)
A Dell Technologies, com a colaboração de John Roese, diretor global de Tecnologia e diretor de IA da Dell Technologies, Luis Gonçalves, presidente da Dell Technologies na América Latina, e Ana Oliveira, diretora sênior do Chief AI Office da Dell Technologies Brasil, apresenta as Previsões para 2025 na América Latina. Na opinião dos especialistas, as cinco visões tecnológicas que impulsionarão os negócios em 2025 e além são:
"2025 será um ano em que testemunharemos a IA ocupar o epicentro de como vivemos, trabalhamos e nos divertimos. Ela se expandirá para novos domínios, redefinirá indústrias e remodelará nosso futuro", comenta Ana Oliveira. "À medida que nos aproximamos de 2025, é essencial nos mantermos informados e nos adaptarmos de forma ágil às mudanças. As organizações devem explorar soluções inovadoras para se manterem à frente dessa revolução tecnológica, priorizar a fluência em IA e investir no desenvolvimento de talentos”, acrescenta.
Agentes de IA marcarão um novo capítulo na colaboração entre humanos e máquinas
"Agêntico" (ou “Agentic” em inglês) será a palavra do ano em 2025. Agentes de IA são sistemas computacionais capazes de planejar, tomar decisões e agir para atingir objetivos predefinidos. No próximo ano, a arquitetura de IA agêntica irá marcar um novo capítulo na interação entre humanos e IA.
As ferramentas de IA generativa (Gen AI) estão evoluindo para incluir agentes de IA que transformarão o relacionamento das pessoas com os sistemas de inteligência artificial. Esses agentes não apenas entenderão a linguagem natural, mas também serão otimizados para executar tarefas técnicas, como codificação, revisão de código, além de questões relacionadas à cibersegurança, detecção de fraudes e respostas a ameaças em tempo real.
Com o aumento da complexidade, sistemas de múltiplos agentes surgirão, exigindo a rápida evolução das pilhas tecnológicas para suportar sistemas agênticos de forma eficaz.
"Isso é algo muito importante. O próximo ano será agêntico, e, se você não sabe o que isso significa, é um bom momento para aprender, porque essa é uma mudança fundamental na forma como vamos implementar e expandir os sistemas corporativos de IA. E é algo muito poderoso e que agrega muito ao que já temos hoje", comenta John Roese.
IA corporativa evolui de conceito para realidade
Em 2025, as empresas estarão prontas para escalar a IA, desde a definição do conceito até sua integração completa nos processos-chave, maximizando a produtividade organizacional. Para atingir essa eficiência, as organizações devem adotar uma abordagem holística, preparando-se para executar cargas de trabalho em um ambiente de dados altamente distribuído, incluindo infraestrutura local, na borda, em PCs habilitados para IA e na nuvem.
Para otimizar a IA, será essencial equilibrar custos, disponibilidade de energia, latência, segurança e requisitos de arquitetura. O crescimento de serviços de IA e motores de orquestração tornará esse processo mais ágil, possibilitando integração e gerenciamento contínuos. Uma "fábrica de IA" será projetada para atender às demandas específicas dessa tecnologia, oferecendo resultados rápidos e reproduzíveis.
John Roese destaca: "Quando olhamos para 2025, ficamos animados porque, dentro da Dell, percebemos que já não é mais necessário construir tudo isso do zero. Existem muitas ferramentas e frameworks de alta qualidade disponíveis no mercado que você pode adotar, o que acelera todo o processo. Mais importante ainda, há uma melhor compreensão de quais casos de uso priorizar."
Ele acrescenta: "O próximo ano será um acelerador para que as empresas saiam da 'prisão do PoC' [prova de conceito] e coloquem essas soluções em produção. O impacto será enorme. O ROI será múltiplas vezes o investimento."
A era da IA soberana: cada nação moldará seu próprio futuro digital
A IA soberana está acelerando a adoção de inteligência artificial em todo o mundo e será um catalisador para a inovação global. Esse conceito está centrado na capacidade de uma nação de alavancar a IA utilizando sua própria infraestrutura e dados, criando um ecossistema alinhado com sua cultura, idioma e propriedade intelectual. Sobre isso, John Roese comenta "Os países estão optando por estratégias e soluções de IA soberana, muitas vezes com forte colaboração entre os setores público e privado."
A IA soberana permite que as nações aumentem o acesso a recursos comunitários, protejam infraestruturas críticas, acelerem o crescimento econômico e ampliem sua competitividade global. Isso envolve investimentos direcionados a infraestrutura, gestão de dados, formação de talentos e desenvolvimento de ecossistemas. Essas tecnologias são fundamentais para aprimorar os serviços públicos, a mobilidade urbana, o planejamento das cidades, a gestão de desastres e a sustentabilidade.
No campo da segurança pública, IA e IA generativa estão revolucionando os serviços interativos, facilitando a comunicação multilíngue em populações diversas e otimizando os recursos de saúde e emergência. Na mobilidade urbana, sistemas de tráfego adaptativos baseados em IA ajustam dinamicamente os semáforos de acordo com o tráfego em tempo real, reduzindo emissões de gases do efeito estufa e melhorando os tempos de resposta de emergência. Na área de desenvolvimento sustentável, essas tecnologias otimizam o uso de recursos, gerenciam energia e monitoram a qualidade do ar e da água.
"A tecnologia está impulsionando transformações nos ambientes urbanos ao redor do mundo, e as cidades latino-americanas não são exceção. A IA pode melhorar os serviços públicos, a mobilidade, o planejamento urbano, a saúde, a gestão de desastres e a sustentabilidade", afirma Luis Gonçalves, que também destaca: "Na região, análises preditivas podem ajudar a aumentar a segurança, a prevenção e a detecção de incêndios, além de melhorar a eficácia e a capacidade de resposta dos serviços de emergência."
O verdadeiro poder da IA se expandirá ao se conectar com: Computação Quântica, 6G e segurança baseada em Zero Trust
A IA ampliará seu impacto ao se integrar com outras tecnologias emergentes, como computação quântica, borda inteligente, segurança baseada em Zero Trust, tecnologias 6G e gêmeos digitais.
A combinação de IA e computação quântica revolucionará setores-chave, fornecendo o poder de processamento necessário para resolver problemas que a computação tradicional não consegue abordar, como pesquisas avançadas em ciência de materiais, desenvolvimento de medicamentos e problemas complexos de otimização. Além disso, a IA continuará a redefinir o conceito de PC, com os PCs habilitados para IA tornando-se componentes essenciais das infraestruturas de IA de ponta a ponta.
John Roese também prevê que os clientes adotarão o modelo de segurança baseada em Zero Trust por padrão em novas "fábricas de IA", garantindo segurança ideal para essas operações.
Fluência em IA é a habilidade indispensável para 2025
A inteligência artificial se tornará uma ferramenta indispensável em todas as profissões e indústrias. Assim como avanços tecnológicos do passado, a IA está pronta para transformar o mercado de trabalho. Novas oportunidades surgirão à medida que tarefas rotineiras forem realizadas pela IA, incluindo funções como compositores de software, editores de conteúdo gerado por IA e engenheiros de prompts.
A capacitação nesta área será voltada para definir a relação humano-máquina, em que a IA executa tarefas operacionais enquanto as pessoas decidem os objetivos a serem alcançados. Isso permitirá que os profissionais se concentrem em funções estratégicas, pensamento crítico e solução avançada de problemas. Organizações que adotarem essas tecnologias poderão repensar a maneira como realizam tarefas, alcançando mais por meio dessa parceria profunda.
Nesse contexto, Luis Gonçalves enfatiza: "É essencial que os colaboradores sejam devidamente treinados, capacitados e equipados com a tecnologia certa para usar a IA generativa."
Ana Oliveira conclui que "o potencial da IA é enorme e as empresas que aproveitarem todas as oportunidades que essa tecnologia oferece serão as que definirão o futuro”. Segundo a executiva, “o momento para agir é agora."