Renda do consumidor avança e alavanca mercado de franquias, que cresce 12,1% no 3º tri, revela pesquisa da ABF
Os 12 segmentos elencados pela Associação registraram alta, destacando-se Entretenimento e Lazer (15,3%), Alimentação – Food Service (14,0%) e Limpeza e Conservação (13,0%).
Tom Moreira Leite, presidente da ABF. (Foto: Divulgação)
A melhora de indicadores econômicos, como a alta do índice de confiança dos consumidores, do emprego e da massa salarial recorde, e a desaceleração da inflação (FGV) contribuíram para que o sistema de franquias registrasse um crescimento de 12,1% em sua receita no terceiro trimestre comparado a igual período do ano passado. É o que indica a Pesquisa Trimestral de Desempenho realizada pela ABF – Associação Brasileira de Franchising. O faturamento passou de R$ 62,676 bilhões para R$ 70,231 bilhões no período. Em 12 meses, a variação foi de 14,4%, passando de R$ 231,584 bilhões para R$ 264,874 bilhões.
Além disso, outros fatores também contribuíram para esse desempenho positivo. Entre eles estão o aumento das vendas no varejo, beneficiado, por exemplo, pelo Dia das Crianças; a alta de 1,0% do setor de Serviços em setembro (IBGE) e da capacidade instalada da indústria, que atingiu seu melhor nível; e o crescimento mais disseminado nos diversos setores da economia, exemplificado no consumo de bens duráveis, tais como imóveis.
Para Tom Moreira Leite, presidente da ABF, “tivemos mais um trimestre de forte resultado, sustentando a curva de crescimento do franchising com destaque para um consumidor mais aberto e confiante. Vários indicadores macroeconômicos concorreram para este cenário que agora se apresenta de forma mais disseminada. O consumo fortalecido tende a levar mais vigor as operações na ponta e o franchising tem condições de atender esse movimento com o aprimoramentos que adotou nos últimos anos em termos operações e de digitalização. Com isso, mantemos boas perspectivas tanto para o quarto trimestre, com Black Friday e Natal, como para o ano de forma geral”.
O presidente completa ainda que “mesmo com este cenário positivo, continuamos atentos a desafios importantes no horizonte como os potenciais impactos da Reforma Tributária, a dificuldade de contratação e retenção de mão de obra e o desenvolvimento contínuo de nossas equipes e operações. Nesse sentido, a ABF lançou recentemente dois projetos importantes: um concurso inédito para consultores de campo e uma capacitação voltada a franqueados”.
De acordo com o levantamento, quanto à abertura e ao fechamento de operações de associados ABF que responderam a pesquisa de desempenho, houve 4,8% mais operações de franquias inauguradas entre julho e setembro deste ano comparado aos mesmos meses de 2023, com um percentual de encerramento de 1,5%. O saldo positivo, portanto, foi de 3,2%. Os repasses tiveram pouca variação, com um índice de 1,1% frente a 0,9% no período pesquisado. Considerando a extrapolação de mercado, no terceiro trimestre houve um acréscimo de 4.162 operações, totalizando 195.508 franquias e demonstrando que o franchising segue expandindo no País.
Já em relação aos empregos, o número de trabalhadores diretos do sistema de franquias chegou a cerca de 1,7 milhão de pessoas, passando de 1,645 milhão para 1,692 milhão no período analisado. Apesar do desempenho consistente e robusto, o mercado de franquias continua a enfrentar desafios como a dificuldade na contratação e retenção de mão de obra, o elevado custo financeiro (que tende a crescer ainda mais com elevação do juro básico) e a necessidade constante de ajuste operacional frente a dinâmica do mercado e a evolução do comportamento do consumidor.
Totalidade dos segmentos crescem
Nos meses de julho a setembro, como observado nos trimestres anteriores, a pesquisa da ABF revelou que todos os 12 segmentos listados pela entidade cresceram em relação a igual período de 2023. Entre os que registraram faturamento igual ou maior que 12,1% (desempenho do mercado total de franquias no período pesquisado), Entretenimento e Lazer se destacou em primeiro lugar, com receita 15,3% maior. O segmento foi beneficiado justamente pela melhora da conjuntura econômica, da demanda reprimida pela pandemia, estimulando a busca dos consumidores por lazer e turismo.
Alimentação - Food Service ficou em segundo lugar, com alta de 14,0% no faturamento. Fatores como o aumento da frequência do trabalho presencial nas empresas, a abertura de lojas, o crescente movimento nos shoppings, com a oferta de mais serviços, além da manutenção do delivery justificam esse crescimento.
O terceiro melhor desempenho ficou com Limpeza e Conservação, com receita 13,0% maior. Além de ser favorecido também, como os demais, pela melhora dos indicadores econômicos, o segmento refletiu, ainda, a alta registrada no setor de Serviços e o bom desempenho dos serviços de lavanderia. Na sequência, se destacaram também Hotelaria e Turismo, e Saúde, Beleza e Bem-Estar, ambos com faturamento 12,7% maior em relação ao terceiro trimestre do ano passado; Educação (12,6%); Comunicação, Informática e Eletrônicos (12,4%), e Serviços e Outros Negócios (12,3%).
Segundo o presidente da ABF, esse bom desempenho de todos os segmentos do franchising coloca em evidência a força das franquias, do trabalho em rede, da capacitação oferecida pelas empresas franqueadoras aos seus franqueados e equipes.
“Quando analisamos os segmentos, identificamos vários movimentos importantes: a demanda aquecida do food service, cujo hábito de alimentação fora do lar está cada vez mais profundo, as pessoas fortalecendo seus hábitos de lazer, as lavanderias se disseminando em vários formatos e uma demanda ampla por serviço. Isso tudo muito associado a uma retomada do poder de compra que abre caminho para um consumo mais sofisticado. E o franchising tem condições de acompanhar esse movimento, trazendo novas ofertas e soluções, seja nas redes já atuantes ou por meio de novos negócios”.