Amanda Coura: Empresas com agenda ESG têm ações mais sólidas e com menos risco
Amanda Coura, diretora da Suno Asset, e Ana Karina, conselheira de grupos Carrefour, Silvio Santos e Biolab analisam como o mercado financeiro enxerga a sustentabilidade.
Amanda Coura, diretora da Suno Asset. (Foto: Reprodução)
Optar por empresas sustentáveis na hora de investir na bolsa de valores ainda não é uma prioridade quando se trata de pessoas físicas no Brasil. A análise é da diretora da Suno Asset, Amanda Coura, que avalia, durante participação no #EP08 do LIDE LINK, sobre o futuro dos investimentos, que o interesse do brasileiro por aplicar o seu dinheiro ainda é muito recente, o que implica em um processo de aprendizado ante a cobrança de pautas ESG.
“O mercado brasileiro ainda é muito novo e as pessoas estão aprendendo as sofisticações do segmento para, aí sim, cobrar as empresas de suas ações”, afirma.
Apesar do cenário ainda iniciante, Amanda acredita que a escolha por companhias que tenham compromissos com o meio ambiente, o social e governança tende a crescer de forma exponencial, do mesmo modo em que o número de investidores cresceu nos últimos anos.
“Com tanto acesso e as pautas mais latentes, acredito que essa curva seja exponencial”, diz. “Em 2015, quando os juros ainda estavam altos, tínhamos mais ou menos 200 mil investidores na bolsa, em 2017 os juros caíram para 6% e o número continuou basicamente estático. Foi a partir de 2018 que tivemos um aumento e hoje são 4 milhões”, afirma.
Do lado das empresas, os benefícios atrelados a uma agenda ESG são revertidos em maior solidez e menos risco – o que aumenta a preferência dos investidores, segundo a executiva. “Empresas que se preocupam com questões de conselho e governança, elas necessariamente ficam mais baratas para pegar dívidas, porque seguem diretrizes que trazem solidez e menos risco. E os investidores são totalmente racionais, portanto, a percepção de risco é superimportante”, complementa.
Investimento é para todos?
Ana Karina, conselheira dos grupos Carrefour, Silvio Santos e Biolab. (Foto: Reprodução)
Neste mundo dos investimentos, Ana Karina, conselheira dos grupos Carrefour, Silvio Santos e Biolab, afirma que pensar em guardar dinheiro para o futuro deveria, sim, ser um pensamento de todos, iniciando ainda na juventude. A conselheira participou junto com Amanda Coura do #EP08 do LIDE LINK. Para ela, é preciso impulsionar iniciativas de educação financeira não só em escolas, mas como forma de suprir uma lacuna existente na sociedade brasileira, em especial, a desigualdade de gênero.
“As mulheres tendem a investir menos, não necessariamente poupar, mas investir menos. É preciso ensinar o básico. Até pouco tempo só se falava em poupança e agora você tem uma sopa de letrinha. A educação deve ser também para o crédito. São várias formas de pegar para abrir uma empresa”, enfatiza.