O futuro das finanças é agora: Como as fintechs podem acompanhar a transformação em 2025?

Profissionais e organizações do setor precisarão antecipar as mudanças comportamentais dos consumidores e investidores, buscando sempre um equilíbrio entre rentabilidade e responsabilidade social.

NataliaFavre20Natalia Favre, SVP Finance & Accounting do RecargaPay. (Foto: Divulgação)

O mercado financeiro e o setor de fintechs estão vivendo uma revolução tecnológica que vem se fortalecendo com o passar dos anos. Com o avanço acelerado da Inteligência Artificial (IA), do Open Banking e da digitalização dos serviços financeiros, as tendências previstas para 2025 já estão em movimento no mercado, revelando um cenário cada vez mais integrado, personalizado, ágil e centrado no consumidor.

Em meio a uma busca contínua por eficiência, personalização e segurança, tanto as instituições financeiras tradicionais quanto as fintechs estão se adaptando para atender a uma demanda crescente por soluções inovadoras e apostando na hiper personalização, já que o comportamento dos consumidores está em constante evolução. Por isso, os times financeiros das empresas devem analisar as tendências que podem moldar o futuro do mercado financeiro para se preparar para se adaptar com agilidade e eficiência.

O Pix como ferramenta estratégica para empreendedores

No Brasil, o Pix consolidou seu protagonismo como uma das principais inovações implementadas no sistema financeiro. Após apenas quatro anos do seu lançamento, a modalidade superou as transações com dinheiro em espécie, segundo o Banco Central (BC), sendo utilizada por 76,4% da população em 2024. Segundo dados da pesquisa da instituição “O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro”, o Pix se destaca entre os demais modais de pagamento, sendo o mais utilizado por 46% dos brasileiros atualmente. Diante desse avanço, o BC introduziu novas diretrizes e funcionalidades para a tecnologia, reforçando o papel estratégico do Pix no cenário de pagamentos digitais e sua importância para a evolução do mercado financeiro.

O impacto da tecnologia na vida dos brasileiros é significativo, e para os negócios ainda maior. Além de ganharmos agilidade no processamento das transações dos nossos clientes, desenvolvemos novos serviços e vimos os negócios ajustarem suas estratégias para atender às novas diretrizes. O maior beneficiado é o cliente, mas também as empresas que conseguem se adaptar às necessidades atuais com rapidez e enxergar oportunidades de desenvolvimento em cenários que ainda não foram desbravados. Estar pronto para práticas inéditas, exige preparo e análise minuciosa do movimento de mercado que impacta todas as áreas dos negócios. É preciso que os times – de Finanças a Tecnologia, Marketing e Customer Experience (CX) – estejam prontos para se adequar a qualquer circunstância externa.

IA cada vez mais presente

No mundo digital, a utilização da Inteligência Artificial (IA) vem ganhando novos patamares de utilização nas empresas em velocidade extraordinária, tornando-se uma realidade em diversos setores. No setor financeiro, por sua vez, essa tecnologia deve ser cada vez mais incorporada, com destaque para o uso de algoritmos de machine learning para prever padrões de comportamento de usuários e detectar atividades fraudulentas. Esse movimento já é uma realidade no mercado, uma vez que 50% das fintechs entrevistadas em um estudo conduzido pela Cinnecta, empresa do grupo Matera, afirmam usar IA de alguma forma em seus processos de crédito.

No RecargaPay, o uso da IA já é uma prática consolidada e que traz resultados positivos para a eficiência do negócio. A tecnologia é amplamente adotada pelas equipes, permeando diversas áreas e contribuindo para a otimização de processos e desenvolvimento de novos produtos. Além de apoiar a forma como os colaboradores trabalham, para o futuro do ecossistema financeiro, o avanço da IA deve continuar ascendente em 2025 e nos próximos anos, apoiando também na criação de soluções que personalizam a experiência dos usuários, oferecendo insights sobre planejamento orçamentário e oportunidades de investimentos, de forma automatizada, em tempo real e com cada vez mais segurança.

Aumento da regulação e conformidade nas fintechs

Outra realidade já em andamento é a regulação das fintechs. Com o crescimento dos serviços financeiros digitais, espera-se um fortalecimento nas normas da indústria a partir deste ano.

No Brasil, iniciativas como o Open Finance, a expansão do Pix e as mudanças das regras para o crowdfunding são exemplos de como o Banco Central e entidades reguladoras como a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) estão trabalhando para garantir mais transparência e qualidade no ecossistema financeiro. Entre as propostas de ajustes do crowdfunding, estão o aumento dos limites financeiros para emissores e investidores, além da inclusão de pontos que atualmente constam apenas em ofícios circulares.

Essas movimentações, aliadas à ampliação das exigências de compliance em relação à proteção de dados, como previsto na LGPD, devem se potencializar ainda em 2025, garantindo que instituições financeiras fortaleçam o seu compromisso com o consumidor, atendendo às novas diretrizes. Além disso, a adaptação às regulamentações não apenas será essencial para a sobrevivência das empresas, mas também abrirá oportunidades para ganhar a confiança dos consumidores e atrair novos investimentos em um mercado cada vez mais competitivo.

Com mais de uma década de atuação do ecossistema financeiro, o RecargaPay opera desde o início em conformidade com as regras e diretrizes do Banco Central, sempre atento às novidades do segmento. Recentemente, como reflexo desse trabalho, a companhia conquistou a licença de Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI). A empresa já havia recebido no passado a licença de IP, e agora, como uma Financeira, a empresa poderá fortalecer ainda mais sua oferta de serviços.

Em suma, acredito que as atuais transformações do mercado financeiro e de fintechs estão moldando uma combinação de inovação tecnológica e maior digitalização, que serão poderosas no futuro próximo, se bem aproveitadas pelo mercado. Nesse cenário, os profissionais e organizações do setor precisarão não apenas se adaptar às novas ferramentas e regulamentações, mas também antecipar as mudanças comportamentais dos consumidores e investidores, buscando sempre um equilíbrio entre rentabilidade e responsabilidade social. O futuro do mercado financeiro já está acontecendo e somos os responsáveis por criar uma jornada de adaptação contínua e de constante inovação.