O papel do setor privado na sustentabilidade a partir da COP 30 no Brasil

O protagonismo brasileiro na COP 30 é o tema central do Fórum LIDE COP 30, em Bonito.

sérgio-longenSérgio Longen, presidente da FIEMS. (Foto: Divulgação)

A realização da COP30 no Brasil, em 2025, representa um marco histórico para a diplomacia ambiental global e uma oportunidade concreta para que o setor privado assuma, de forma definitiva, o seu papel de protagonista na construção de um futuro mais sustentável. Entendemos que desenvolvimento econômico e transição ecológica não são caminhos opostos, mas sim rotas complementares, sustentadas pela inovação, responsabilidade e pela cooperação entre todos os setores.

Mato Grosso do Sul se destaca nacionalmente com uma matriz energética onde mais de 70% da energia consumida é proveniente de fontes renováveis, reforçando nossa liderança regional em energia limpa. A indústria local responde por aproximadamente 20% do PIB estadual, com setores agroindustriais e de biotecnologia que, cada vez mais, investem em práticas sustentáveis e inovação. Entendemos que este é o caminho correto: avançar na descarbonização da produção, capacitar a mão de obra para a economia verde e contribuir, de forma efetiva, para o desenvolvimento econômico responsável e inclusivo.

Nosso compromisso com os princípios ESG se materializa em ações concretas: eficiência produtiva, qualificação de pessoas e respeito ao meio ambiente. Precisamos avançar na disseminação dessas práticas para que estejam cada vez mais presentes na rotina de todas as indústrias.

A COP30 amplia a visibilidade do Brasil no cenário internacional e, com ela, cresce também a responsabilidade de apresentar soluções práticas e efetivas para o enfrentamento das mudanças climáticas. Isso exige mais do que discursos: é fundamental investir em energias renováveis, ampliar a economia circular, capacitar profissionais para a nova economia verde e garantir a rastreabilidade das cadeias produtivas. A indústria está preparada para liderar essa agenda, pois possui escala, capacidade de inovação e potencial de investimento.

Precisamos avançar também na compreensão de que essa transição deve estar conectada ao território. Sustentabilidade se faz com um olhar atento ao bioma, à vocação produtiva e às especificidades de cada região. No Centro-Oeste, especialmente em Mato Grosso do Sul, temos todas as condições para liderar um modelo de desenvolvimento que una produção e preservação, com eficiência e compromisso socioambiental.

Essa é uma visão que dialoga diretamente com o propósito do Governo do Estado de construir um Mato Grosso do Sul mais verde, inclusivo, digital e próspero — valores que também orientam, de forma estratégica, a nossa atuação no setor industrial. Entendemos que esse alinhamento institucional é essencial para o fortalecimento da nossa posição no cenário nacional e internacional.

No dia 30 de maio, realizaremos o Fórum LIDE COP30, em Bonito, um passo preparatório fundamental para a COP30. O evento será uma oportunidade ímpar para fortalecer o setor industrial na caminhada rumo ao alinhamento às metas climáticas globais, consolidando ainda mais o nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável.

A Fiems tem atuado de forma estratégica e permanente nessa direção. Investimos na descarbonização da indústria, apoiamos startups sustentáveis, promovemos parcerias com universidades e centros de pesquisa, e articulamos políticas públicas voltadas para a economia verde. Precisamos avançar ainda mais, mostrando que é plenamente possível crescer com responsabilidade e inovação.

A COP30 será, sem dúvida, uma vitrine para o mundo, mas também um espelho para o Brasil. Entendemos que é o momento de catalisar esforços para continuarmos inovando, aproveitando oportunidades e impulsionando negócios e cadeias produtivas cada vez mais regenerativas e resilientes.

Que saibamos reconhecer a relevância do setor privado como parte da solução. A indústria sul-mato-grossense está pronta e o futuro, que queremos mais verde e justo, começa agora.


*Sérgio Longen é presidente da Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul) e vice-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria)