Artista nipo-brasileiro apresenta nova peça em grande escala em Lisboa

Nathan Kunigami do Kokuga Estúdio de Flores, apresenta 'A mata não pede passagem' no lobby do Tivoli Avenida Liberdade em Lisboa.

NATHAN PROCESS-07068Nathan Kunigami do Kokuga Estúdio de Flores, apresenta 'A mata não pede passagem' no lobby do Tivoli Avenida Liberdade em Lisboa.

O Tivoli Avenida Liberdade, o icônico hotel de luxo de Lisboa com mais de 90 anos de história, tem o prazer de revelar os detalhes da nova exposição em grande escala ‘A mata não pede passagem’, a primeira exposição individual do artista nipo-brasileiro Nathan Kunigami do Kokuga Estúdio de Flores. Utilizando os conceitos de Ikebana, antiga arte japonesa dos arranjos florais, a instalação site-specific consiste em utilizar o espaço de forma que as pessoas interajam ativamente com a proposta do artista. Inaugurada no dia 17 de abril, a nova exposição estará presente no lobby do hotel até 30 de setembro.

Filho de mãe brasileira e pai japonês, Nathan Kunigami (@nathankunigami) começou a criar arranjos florais após estudar Ikebana, a milenar arte japonesa de arranjos florais, com uma artista em Tóquio, em 2017. Nascido e criado no Rio de Janeiro, uma cidade onde a natureza brota vigorosa e abundante, e criado por uma linhagem de mulheres que tinham por hábito colorir a casa e a varanda com flores frescas, desde cedo a botânica sempre foi uma temática relevante e próxima. Em 2018, após trabalhar 8 anos no mercado de comunicação para marcas de luxo, Nathan decidiu sair do mundo corporativo para se dedicar exclusivamente ao mundo da botânica e fundou o Kokuga Estúdio de Flores @kokuga_. O nome Kokuga é uma homenagem à sua ascendência japonesa, já que este é o nome original da família de Nathan.

'A mata não pede passagem’

NATHAN FINEART-Exposição ‘A mata não pede passagem’ é uma ode à força e resiliência da natureza.

Na cultura popular brasileira, influenciada pelas suas raízes indígenas, há a crença de que devemos sempre pedir licença antes de entrar no mar ou na mata. Uma reverência e respeito às entidades que ali habitam - o ato de pedir licença reconhece a floresta como um lugar sagrado. A exposição ‘A mata não pede passagem’ é uma ode à força e resiliência da natureza, apesar do seu constante apagamento pelo homem através dos séculos.

Inspirado pela imagem de uma flor a brotar de uma rachadura no asfalto, o artista floral encontrou o seu ponto de partida para desenvolver as duas peças site specific presentes na mostra feitas de amaranthus preservado, ráfia, palmeiras e orquídeas. A primeira tem o intuito de despertar o interesse e estranheza de quem a vê antes mesmo de entrar no hotel. É uma escultura botânica amórfica que invade um espaço que não lhe pertence, mas que já foi seu. Intitulada “Davina”, é uma homenagem a avó de Kunigami que sempre foi apaixonada por botânica.

“Há algum tempo tenho o desejo de criar peças em grande escala. Quando recebi o convite do Tivoli para desenvolver as instalações no lobby do hotel, fiquei extremamente lisonjeado e também entusiasmado com o projeto. O meu intuito foi criar algo belo, mas também provocativo. Minhas peças sempre têm alguma estranheza nelas e estas não são diferentes. A ideia é forçar quem ali passa a desacelerar, mesmo que por alguns segundos”, disse Nathan Kunigami.

NATHAN PORTRAIT + ART-07271Nathan Kunigami buscou criar algo belo e provocativo. 

Já a segunda – um conjunto de três esculturas – eleva o que deveria ser terreno. Ao apresentar estas peças flutuantes, o artista propõe uma reflexão sobre a nossa relação com a natureza. Assim como na Ikebana, arte milenar japonesa de arranjos florais e uma das principais inspirações para o trabalho de Kunigami, a composição apresenta três elementos: Shin (Céu), Soe (Terra) e Tai (Humanidade). O objetivo desta composição, assim como uma Ikebana, é o de encontrar a harmonia entre os três.

Com a arte no seu ADN, o Tivoli Avenida Liberdade faz parte do roteiro cultural da cidade, com o seu projeto “Tivoli Art Collection – Make Room for the Masterpieces”, um manifesto da marca em apoio às artes. ‘A mata não pede passagem’ de Nathan Kunigami integra o projeto e promete trazer para o centro da cidade a natureza em todo o seu esplendor.