Expedições sob medida em superiate são uma experiência única de luxo e adrenalina
O norte da Islândia não é exatamente a Antártida, mas os superiates de luxo ainda são incomuns ao longo de sua costa acidentada.
Navio convertido em iate explora a naturezada Islândia com todo conforto.
Patrick já havia alugado barcos no Caribe, no Mar Mediterrâneo e no Mar Adriático. Colocou os pés em todos os continentes e nunca tinha testemunhado nada parecido. “Vinte baleias jubarte nos cercando e fazendo a maior festa para comer crustáceos”, conta.
“Elas mergulhavam e saltavam bem de perto. Ver esses mamíferos se divertindo foi uma grande experiência.” Essa foi uma tarde típica de outubro a bordo do Nansen Explorer, um navio de classe glacial de 236 pés, convertido em um iate explorador para 12 convidados.
Patrick, que pediu para não ter seu nome verdadeiro revelado, navegava com sua família por duas semanas no norte da Islândia. A viagem foi planejada pela Fischer Travel, de Nova York, por meio da EYOS Expeditions, especialista em destinos remotos para superiates. O Caribe e o Mediterrâneo costumam ser rotas com poucas surpresas até mesmo para os maiores e mais requintados iates fretados.
Observando as baleias jubarte se alimentando em Ísafjörður.
Mas sair do óbvio é possível. A EYOS e empresas como a Pelorus e a Cookson Adventures criam rotas personalizadas, pensadas nos mínimos detalhes. São oito meses de trabalho, incluindo comunicação com as autoridades locais, solicitação de licenças e inspeção dos iates.
“Para onde vamos, não há infraestrutura. São locais remotos e selvagens, onde ter os guias e planejamento corretos é importante para a experiência e a segurança”, diz Ben Lyons, CEO da EYOS. “Ao mesmo tempo”, diz ele, “esses clientes querem uma experiência de outro nível, vendo fiordes de helicóptero ou vida marinha em um submersível. Eles querem andar de caiaque entre os blocos de gelo e voltar para uma refeição Michelin”.
O norte da Islândia não é exatamente a Antártida, mas os superiates de luxo ainda são incomuns ao longo de sua costa acidentada. Além de observar as baleias, Patrick e sua família visitaram pequenas vilas de pescadores como Grundarfjörður, observaram raras raposas do Ártico perto de Hornvík e exploraram a Reserva Natural de Hornstrandir, acessível apenas por barco. Eles também mergulharam nas fontes termais de Reykjafjarðarlaug, voaram de helicóptero sobre o vulcão Fagradalsfjall e experimentaram Dynjandi, uma das cachoeiras mais espetaculares da Islândia.
Viajantes de caiaque até a cachoeira Dynjandi.
Liz Howard, corretora de fretamentos da Fraser Yachts, que organizou expedições à Antártida e ao arquipélago Raja Ampat, no sul da Indonésia, conta que Raja Ampat é um dos destinos mais remotos do mundo.
“Tem alguns dos melhores mergulhos do mundo, mas não há marinas.” Isso significa que encontrar os operadores apropriados é fundamental. “Não basta ver um barco em uma foto bonita”, diz Liz. “Você precisa garantir que o capitão e a tripulação sejam muito qualificados, normalmente com um membro da tripulação nativo para lidar com as autoridades locais”, explica. Quanto a ajuda fora do barco, ela acrescenta: “É meu trabalho antecipar toda a logística – e elas são complicadas – para que meus clientes não sejam incomodados de forma alguma”.
Lyons concorda que coordenar uma infinidade de detalhes, desde a aquisição de licenças até a montagem de kits de encalhe para emergências em regiões polares, é uma missão crítica. Mas é o luxo que nunca pode ser um problema. “As experiências íntimas que esses pequenos grupos têm nas expedições de iate, sozinhos em alguns dos lugares mais bonitos e afastados da Terra, são únicas. Isso é algo que você não pode replicar”, afirma. Patrick ficou tão encantado com sua aventura na Islândia que planeja retornar ao Nansen Explorer rumo a Antártida em 2023”.
A helicopter trips over empty waters.