Sergio Zimerman, da Petz: 'Queremos mais espalhamento geográfico, e não sobreposição de lojas'

CEO e fundador da Petz fala sobre a história da companhia e transformação até chegar ao processo de fusão com a Cobasi.

SEMINARIO VAREJO-340Sergio Zimerman, CEO e fundador da Petz. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)

Com mais de 22 anos de história, a Petz conta com mais de 250 lojas espalhadas pelo Brasil. Para driblar o crescimento da concorrência principalmente digital, Sergio Zimerman, CEO e fundador da companhia, fala sobre o processo de fusão com a Cobasi, que tem outras 230 unidades pelo país. Juntas, as gigantes do mercado pet podem ir ainda mais longe no mundo das vendas físicas.

Confira  o trecho da entrevista do executivo à jornalista Sonia Racy, no Show Business. 

Como foi a ideia de criar a Petz?

Desde os 18 anos, tive várias atividades, mas a anterior à Petz foi uma empresa de atacado de alimentos e perfumaria, fundada em 1991. Em 2002, 11 anos depois, infelizmente, a empresa faliu. Eu não quis ir para a janela e apontar culpados por ter falido, quis ir até o espelho e fazer reflexões sobre o porquê isso tinha acontecido. Todas essas reflexões foram fundamentais para pensar em um próximo negócio. Eu tinha um espaço de 3 mil metros quadrados e achei péssima a ideia de montar um pet shop, em um primeiro momento, mas conversei com o gerente da Pedigree na época e pensei sobre a oportunidade de abrir um negócio daquele tamanho para atender a Zona Leste e a Zona Norte de São Paulo. A decisão foi tomada no dia em que eu entrei em uma loja da Cobasi e vi que já existia esse modelo.

Você já começou vendendo de tudo para todos os pets? Como foi a montagem desse negócio?

Tentei ser franqueado da Cobasi, mas na época eles nem faziam esse modelo de franquia, então não cheguei a conversar com os donos. Fui por 10 dias consecutivos nas lojas deles para prestar atenção e aprender o que eles faziam muito bem feito e entender o que eu poderia fazer diferente. Me inspirei no modelo da Cobasi, mas foquei em não fazer uma cópia. Montei a loja com o objetivo único de sustentar minha família, meus quatro filhos. Naquela época, se chamava Pet Center Marginal e, com cerca de um ano de inauguração, tudo começou a dar muito certo. Hoje, temos 255 lojas.

O que te motivou?

O que posso falar é sobre o que não me motivou, que foi o dinheiro. Eu tinha vontade de fazer diferença na sociedade, impactar mais pessoas, gerar mais empregos, eu tinha muita vontade de realização. Hoje, geramos mais de 7 mil empregos. Quando começamos a fazer a expansão por estados, não sabíamos o que funcionaria em cada um deles. A relação que as pessoas têm com os pets cria uma linguagem universal de comportamento.

Já são mais de 22 anos de história, você começou 17 anos depois da Cobasi e hoje vocês falam em fusão. Do que está dependendo essa fusão?

No dia 19 de abril, assinamos a carta de intenções da fusão, mas tudo depende de diligências, que estão em uma fase de reta final de relatórios. Enquanto isso, contratamos uma consultoria especializada para entender todas as sinergias. Oportunamente, vamos divulgar ao mercado a conclusão de toda essa diligência e mapeamento de sinergia.

Dentro dessas conversas, vocês falam também sobre nome?

Continua Petz, continua Cobasi. Posso dizer que o nosso modelo é inspirado na Raia-Drogasil, que é um caso de absoluto sucesso na combinação de dois varejos que tinham suas similaridades.

Por que fazer essa fusão?

Nos últimos anos, principalmente depois da pandemia, o mundo pet tem boa parte de suas vendas no universo digital. Começamos a ter a concorrência dos canais especializados e também dos grandes players de internet, como Amazon, Mercado Livre, entre outros que começaram a identificar o potencial do mercado pet. A fusão contribui para estabelecer relações mais racionais no mundo físico, fazendo mais espalhamento geográfico e não sobreposição de lojas.