CEOs priorizam investimento em IA nos próximos 12 meses para elevar produtividade

Outra prioridade muito citada para esse mesmo período está no aumento dos esforços de cibersegurança, incluindo gestão dos dados, aponta estudo da EY.

coworkers-looking-monitorInvestimento em tecnologia foi a principal prioridade nos próximos 12 meses citada pelos CEOs. (Foto: Freepik)

O investimento em tecnologia, incluindo inteligência artificial, com o propósito de elevar a produtividade e aumentar o crescimento das suas empresas, foi a principal prioridade nos próximos 12 meses citada pelos CEOs em estudo produzido pela EY. Quase metade (47%) escolheu essa alternativa, que cai para 34% quando o período passa a ser os próximos três anos.

Nesse período de um ano, ficou em segundo lugar a prioridade de aumentar os esforços de cibersegurança, incluindo gestão dos dados, com 45%, sendo reduzida para apenas 15% nos próximos três anos. No período mais longo, a resposta mais escolhida foi descarbonizar o modelo de negócios e as operações, além de atingir a emissão líquida zero de carbono, com 43% das respostas. Nos próximos 12 meses, somente 16% ficaram com essa resposta. Já a opção “proteger o crescimento das receitas e criar novos fluxos de faturamento” recebeu 41% de adesão entre as prioridades para os próximos três anos, com 19% para os próximos 12 meses.

O estudo, de periodicidade trimestral, entrevistou 1,2 mil executivos em todo o mundo, incluindo o Brasil, sobre assuntos diversos como alocação de capital, investimentos e estratégias de transformação de negócios em um cenário econômico de evolução rápida. A edição mais recente também trouxe a participação de 300 investidores institucionais, por meio de insights sobre os setores nos quais investem.

Há, de acordo com a pesquisa, uma corrida tecnológica impulsionada pela IA que deverá ser um motor de geração de oportunidades e de crescimento econômico. O PIB global poderá aumentar entre US$ 1,7 trilhão e US$ 3,4 trilhões nos próximos dez anos, de acordo com estimativa da EY.

Esse valor corresponde a um acréscimo, em apenas uma década, de uma economia do tamanho da Índia à geração de riqueza global. Atentos a esse movimento, conforme demonstra o levantamento da EY, os CEOs estão direcionando os investimentos para agilizar a adoção da IA em suas empresas, mas sem deixarem de olhar para aspectos de governança, como a gestão dos dados, que faz parte dos esforços de cibersegurança. A adoção das tecnologias de IA, como a generativa, precisa vir acompanhada de governança robusta. Recentemente, em termos de regulação, a União Europeia deu o primeiro passo com o AI Act.

Otimismo com o ambiente econômico

Também por causa das possibilidades da IA, os CEOs estão mais otimistas com o ambiente econômico na comparação com 12 meses atrás. Nas Américas, sobre o crescimento econômico global, 32% disseram estar mais otimistas; 61% mantiveram sua percepção; e 7% afirmaram estar menos otimistas. As porcentagens da amostra global foram menores, com 33% mais otimistas; 57% com a mesma percepção; e 10% menos otimistas.

Em relação a um ambiente econômico com menos inflação e taxas de juros menores, 28% dos CEOs nas Américas afirmaram estar mais otimistas; 64% com a mesma percepção; e 8% menos otimistas. Globalmente, essas porcentagens foram 31%, 58% e 11% respectivamente. Por fim, sobre o crescimento da receita de suas companhias, 71% dos CEOs nas Américas disseram estar mais otimistas; 23% mantiveram sua percepção; e 6% menos otimistas – ante 60%, 32% e 8% globalmente.

Ainda segundo o estudo, esse otimismo maior nas Américas se deve às diferenças no ambiente geopolítico. Os CEOs de empresas da Europa e da Ásia estão convivendo com guerras e outros eventos adversos mais próximos de suas áreas de atuação. A constante pressão para administrar suas empresas nessa incerteza geopolítica influencia na percepção sobre o ambiente de negócios.