KPMG analisa as implicações da polarização de mercado nas empresas de bens de consumo

Empresas do setor estão reavaliando seus portfólios para navegar na crescente polarização do perfil de clientes no mercado. (Foto: Pixabay)

A KPMG divulgou um documento que oferece uma análise detalhada sobre como as principais corporações do setor de bens de consumo estão reavaliando seus portfólios para navegar na crescente polarização do perfil de clientes no mercado. O relatório intitulado "Polarização do Mercado: Implicações para Empresas de Bens de Consumo" identifica os setores e subsetores mais propensos a ter atividades intensificadas de desinvestimento e aquisição, além de apresentar as principais métricas que investidores buscam como evidência da adaptação dos produtores a essa tendência.

Segundo o documento, o mercado de bens de consumo tem passado por um processo de polarização de categorias, aumentando a distância entre dois extremos. De um lado, os produtos de alto valor e, do outro, estão as opções mais econômicas. O documento aponta que, enquanto marcas mais caras requerem canais de distribuição sofisticados e estratégias de publicidade complexas, itens acessíveis são impulsionados pela redução de custos e economias de escala. Diante desse cenário, o levantamento sugere que as empresas do segmento devem reavaliar e gerenciar ativamente os catálogos de produtos para garantir o equilíbrio ideal entre esses dois tipos de clientes.

“Isso ocorre porque o Brasil e Região sul-americana como um todo é marcada por instabilidades políticas e econômicas, que impactam os orçamentos das famílias, o que, inevitavelmente, é determinante para o padrão de compra delas. Para atender efetivamente a esse cenário polarizado, as empresas precisam adaptar os modelos de negócios e operações para atender às expectativas e necessidades distintas desse público”, destaca o sócio-líder de consumo e varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul, Fernando Gambôa.

Segundo o relatório, o impacto da polarização acontece também no mercado de ações, onde empresas que têm uma participação maior no segmento de alto valor (premium) – que em geral oferece margens de lucro maiores e são menos suscetíveis a retrações e desistências por parte dos clientes – têm alcançado maior valorização do que as organizações mais focadas em segmentos tradicionais. Por isso, traz também algumas orientações para os fundos de private equity realizem os melhores negócios que são as seguintes: realizar uma abordagem analítica baseada em dados para prever a atividade no lado vendedor corporativo e buscar uma compreensão profunda das tendências subjacentes que governam o segmento de mercado específico de um ativo.